Mulheres que atraem energia negativa (e como desliga esta antena)
Azar, zica, má sorte, urucubaca, infortúnio. Não faltam palavras para designar a tal energia ruim, que, às vezes, vem como um tsunami, derrubando tudo o que encontra pela frente. Entenda por que isso acontece e saiba mandar essa nuvem negra para longe da sua vida
Há algum tempo, a assistente de recursos humanos Celena Bahal, 40 anos, de São Paulo, imaginou que estava sendo vítima de alguma mandinga, tamanha a maré de azar em que se viu envolvida. A tal fase ruim começou de repente, após ela trocar de carro. Durante um mês, foi só alegria. Até que bateram na traseira do veículo, amassando o pára-lama.
O incidente, que parecia corriqueiro, foi o estopim de uma série de contratempos que logo virou a vida dela do avesso. Durante os dois anos seguintes, Celena contabilizou oito batidas no carro, que ficou parecendo uma lata velha. “Cada vez que um novo acidente acontecia, meu medo crescia, juntamente com a convicção de que aquele objeto não me trazia sorte. Cheguei até a benzê-lo”, diz ela. O que ocorreu com Celena não foi coincidência. Segundo estudiosos da neurolingüística, nosso pensamento emite energia capaz de atrair acontecimentos que vibram na mesma freqüência. Essa teoria, conhecida como lei da atração, já é utilizada e propagada há bastante tempo por autores de livros de auto-ajuda e ficou ainda mais popular com os filmes QUEM SOMOS NÓS (mistura de documentário e ficção estrelada por Marlee Matlin e lançada em 2004) e O SEGREDO (produção australiana de 2006, dirigida por Drew Henot e baseada no livro homônimo, de Byrne Rhonda).
De acordo com essa linha de pensamento, nossa interpretação sobre os fatos afeta a realidade à nossa volta. Assim, temos mais ou menos sorte conforme os padrões de pensamento que alimentamos. “E, se nem sempre temos como mudar os fatos, podemos modificar a leitura que fazemos deles e as reações que teremos a partir daí, o que nos torna responsáveis pelo bem ou pelo mal que atraímos”, afirma a psicóloga e terapeuta Margareth dos Reis, do Instituto H. Ellis, de São Paulo.
Fato versus pensamento
Para a escritora americana Linda Spangle, consultora de motivação e autora de livros sobre emagrecimento, como 100 DAYS OF WEIGHT LOSS (100 dias de perda de peso, ainda sem tradução no Brasil), nossas experiências podem ser resumidas na seguinte fórmula: fato, pensamento, ação e resultado. Aquilo que pensamos sobre determinado acontecimento nos leva a determinadas atitudes cujas conseqüências sempre confirmam nosso pensamento. E é aí que surgem os problemas.
Imagine uma mulher esperando o namorado em um restaurante. Meia hora depois, ele ainda não chegou e o celular só dá caixa postal. Se for pessimista, ela imaginará o pior – que homem não presta, que é melhor ficar sozinha etc. Quando ele aparecer, ela estará tão nervosa que mal vai ouvir a justificativa para o atraso. Vai se levantar, dizer uma série de desaforos e ir embora, achando-se a mais infeliz das criaturas.
Esse exemplo é usado por Linda nas suas palestras sobre crescimento pessoal para mostrar como a mesma cena, protagonizada por alguém capaz de controlar as emoções e os pensamentos negativos, teria um final bem diferente. Quem sabe o tal namorado estivesse atrasado porque o chefe o chamara de última hora para comunicar uma promoção, e o jantar dos dois tivesse se transformado em uma comemoração. “Desespero não resolve. Diante de um problema, a saída é serenidade para ver o que acontece ou a busca de uma solução eficaz ”, afirma Margareth.
Mudança de foco
A terapeuta holística Vânia Medeiros, de São Paulo, explica que, da mesma maneira que pensamentos negativos atraem acontecimentos ruins, também podemos atrair sorte, alegria e realizações se alimentarmos a fé, o otimismo e a esperança. “Somos seres vibracionais e, portanto, emitimos energia. Essa energia vibra em diferentes freqüências e se liga a pessoas e acontecimentos que estejam na mesma sintonia. Portanto, pensamentos positivos atraem fatos positivos”, diz ela.
Inversamente, se nossa antena está em uma freqüência ruim, vamos captar a energia negativa das pessoas e dos ambientes. “O que nos torna vulneráveis são emoções como medo, inveja, ciúme, raiva, culpa e desejo de vingança. Mas, além de mantê-las à distância, é importante cultivar posturas e hábitos positivos, como a fé, a alegria, a meditação, a organização e a limpeza. Um ambiente bagunçado é a própria representação da energia ruim”, afirma Vânia.
Pode acontecer que, mesmo com essas precauções, determinados lugares e pessoas provoquem desconforto, cansaço, dor de cabeça e mal-estar. “Não significa que você se contaminou com aquela negatividade, mas que doou um pouco da sua energia ao lugar. É como se a atmosfera local buscasse uma compensação, sugando energias mais saudáveis”, explica Vânia. Para se preservar, é preciso criar sua ilha particular de proteção: quando sentir negatividade no ar, vale o esforço de focar o pensamento em idéias e lembranças felizes e exercitar os melhores sentimentos.
Para melhorar de vez
Quando o negativismo se instala, porém, nem sempre é fácil percebê-lo. A relações-públicas Selma Cristine Silvério da Silva, 32 anos, de São Paulo, precisou fazer um balanço da vida sentimental para constatar que, havia 11 anos, só atraía namorados superenrolados e mal resolvidos. “Quando me dei conta da situação, comecei a investigar o que estava fazendo de errado. Percebi que me lamentava demais e sempre esperava o pior dos relacionamentos e dos homens com quem me envolvia”, diz.
Com essa constatação, Selma entendeu que estava presa a um padrão negativo e que só atraía pessoas na mesma freqüência. “Foi um aprendizado. Estou tentando mudar e filtrar os pensamentos. É um exercício diário e árduo, mas vou conseguir”, acredita.
O esforço para manter uma faixa vibracional elevada é importante até mesmo para a saúde
física. “A ciência já comprovou que as emoções negativas causam doenças. E as emoções partem dos pensamentos”, defende Vânia. Basta lembrar que o stress e o nervosismo diminuem nossa imunidade e chegam a causar alterações de pressão, aceleração cardíaca etc. Para a terapeuta, a satisfação pessoal, profissional e amorosa é o melhor antídoto contra a negatividade: “Se nos sentimos realizados, transmitimos essa satisfação para as outras pessoas e a recebemos de volta. É uma alimentação constante da energia positiva”, diz ela.
Banho de proteção
O aromaterapeuta Marcelo Dhyana, do Espaço Girassol, em São Paulo, usa o poder dos óleos essenciais para afastar a negatividade. “O alecrim, por exemplo, propicia uma profunda limpeza energética, enquanto o benjoim e o olíbano trazem proteção emocional e espiritual”, afirma ele. A receita é fácil: 2 colheres (sopa) de mel, 5 gotas de óleo essencial de alecrim, 5 gotas de óleo essencial de benjoim e 2 gotas de óleo essencial de olíbano. Dilua esses ingredientes em um recipiente e, em seguida, incorpore essa mistura à água da banheira. O alecrim pode aumentar a pressão arterial. Por isso, hipertensos e grávidas devem substituí-lo por óleo essencial de lavanda.
Afinação positiva
O que fazer para se manter em sintonia positiva mesmo nas situações mais desgastantes
1. Cultivar pensamentos de alegria, paz, saúde e otimismo.
2. Mentalizar belas imagens, como uma paisagem ou um sorriso.
3. Ouvir uma música especial, recitar um mantra, fazer uma meditação ou respirar profundamente quando estiver estressada.
4. Verbalizar (ou imaginar) frases de que goste ou uma oração.
5. Ficar longe de reclamações, maledicências e fofocas.
6. Ligar para alguém ou sair para dar uma volta quando uma idéia ruim começar a incomodar.
7. Melhorar o autoconhecimento identificando as atitudes e circunstâncias que perturbam seu bem-estar e as emoções associadas a elas.
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