A família de Michael Jackson começou a retomar o controle do destino dos bens e dos três filhos do astro, sem ainda ter definido um funeral após a morte repentina do rei do pop na última quinta-feira (25).
Chris Pizzello/AP |
Janet Jackson, irmã de Michael Jackson, compareceu à cerimônia do BET Awards |
O patriarca da família, Joseph Jackson, surpreendeu a todos no domingo ao comparecer a um tributo organizado ao cantor pelo canal Black Entertainment Television (BET), que também celebrou sua premiação anual a artistas e atletas negros em Los Angeles.
Jackson, 79 anos, atravessou o tapete vermelho ao lado do advogado da família, Londell McMillan, que informou à imprensa que a mãe de Michael Jackson, Katherine, vai solicitar a custódia dos três filhos da estrela.
Também informou que até o momento não viu nenhum testamento de Michael Jackson.
Sobre as circunstâncias da morte por parada cardíaca de Michael Jackson na quinta-feira, aos 50 anos, em uma mansão alugada de Bel-Air, que levantaram suspeitas sobre o médico pessoal do artista, Conrad Murray, o pai do cantor declarou que tem muitas dúvidas.
"Tenho muitas dúvidas. Não posso entrar em detalhes, mas não gosto do que aconteceu", afirmou o pai do rei do pop ao canal CNN.
O advogado McMillan confirmou a realização de uma segunda necropsia, mas completou que não poderia falar mais a respeito e que outras informações serão anunciadas em breve sobre a investigação oficial, que "a família acompanha de perto".
Vestido de preto, com óculos escuros e chapéu, o patriarca dos Jackson disse que ainda não se tomou uma decisão sobre o funeral do filho, mas que a família está trabalhando no assunto.
Na parte mais polêmica da morte, o médico do cantor, figura crucial na investigação sobre as causas exatas do óbito, negou ter administrado qualquer analgésico no astro pouco antes da tragédia.
A polícia considera o doutor Murray uma testemunha e não um suspeito da morte, que levantou dúvidas na família.
O reverendo e ativista político Al Sharpton se reunirá nesta segunda-feira (29) com os Jackson em Los Angeles para discutir o funeral do cantor.
De acordo com a imprensa, Sharpton revelou que a família está considerando uma série de tributos simultâneos ao redor do mundo para demonstrar a popularidade do ícone do pop.
Na homenagem extraoficial do BET, realizada no Auditório Shrine de Los Angeles, as figuras mais famosas da música, do cinema, televisão e esporte da comunidade negra se reuniram para cantar e recordar o ídolo de "Thriller", que contribuiu para romper as barreiras raciais.
"Ele é uma das razões pelas quais Barack Obama é presidente. Ele começou a mudança no mundo sobre como se percebe a comunidade afroamericana", afirmou o magnata do hip hop Sean "P. Diddy" Combs.
"Nós sentimos sua falta e o amamos. Simplesmente nos sentimos devastados", declarou a cantora Alicia Keys, que pediu às pessoas que recordem o artista "de forma respeitosa, positiva".
Milhares de admiradores de Jackson continuam deixando lembranças na estrela do rei do pop na Calçada da Fama de Hollywood e na casa da família em Encino. Os passeios turísticos em Los Angeles pelas casas dos famosos já incluíram a residência onde morreu Michael Jackson.
A rede de lojas de vendas de CDs HMV informou que multiplicou por 80 a demanda pela obra de Jackson após a morte do cantor, o maior salto de vendas na história, superior ao registrado depois dos falecimentos de Elvis Presley e John Lennon.