quarta-feira, 20 de janeiro de 2010

cleptomania




Mania de roubar


Diversas razões podem levar uma pessoa a roubar.
 Em geral, a gente associa o roubo, com má-índole, ambição, revolta e extrema necessidade.
E nem vamos entrar em análises de perfis sociólogicos ou de fatores como distribuição de renda que poderiam justificar comportamentos não aceitáveis do ponto de vista da coletividade.
 Estamos falando aqui de outro tipo de roubo, cuja motivação é a compulsão: um desejo (ou impulso) quase incontrolável de fazer algo, que não gera prazer.
As compulsões, geralmente, são sucedidas por sentimentos de culpa e arrependimento.
 Apesar disso, a pessoa repete o ato por inúmeras vezes, como se não tivesse controle dos próprios atos.

O roubo compulsivo é uma doença chamada clinicamente de cleptomania.
A cleptomania não escolhe classe social: pessoas com muito dinheiro podem roubar por pura compulsão. E não tem nada a ver com a necessidade de possuir alguma coisa: muitas vezes, o objeto do roubo é algo inútil e sem valor.

A atriz americana Winona Ryder foi condenada em 2001 a 480 horas de trabalhos comunitários mais multa de dois mil dólares e tratamento psíquico por roubar roupas e objetos numa filial da loja Saks Fifth Avenue. Se ela é cleptomaníaca? Bem ... é difícil entender o ato vindo de uma mulher rica e bonita como Winona.

 10 perguntas sobre cleptomaniA



1 - A pessoa nasce cleptomaníaca ou adquire  a doença por algum motivo?

Não se sabe ainda a causa exata, mas especula-se ser fruto de características psicológicas, vulnerabilidade psíquica, ou ainda um problema com os neurotransmissores (em estudo). O componente hereditário também é forte, pois em uma mesma família pode se encontrar mais de uma pessoa com cleptomania.



2 - A cleptomania é uma doença exclusivamente feminina?

A maior ocorrência é entre as mulheres, mas não se sabe o motivo exato. A cleptomania é uma doença rara, por isso é difícil estabelecer muitas relações.


3 - Perante a Lei, uma pessoa cleptomaníaca pode ser presa por roubo?

Em um primeiro momento, todos nós somos culpados por cometer um delito, seja ele qual for, até que se prove o contrário.
 No entanto, se a doença for comprovada, o tratamento é outro.



4 - Quem tem cleptomania pode se envolver em roubos maiores, como de um banco, por exemplo?
Não necessariamente. Não existe uma relação direta entre ladrão e clepto. Furtar é diferente de roubar. Roubo exige premeditação, o clepto age em função da ocasião. Um dado muito importante é que a pessoa é consciente o tempo todo, sabe que está errada, e até se arrepende posteriormente, mas não consegue conter o impulso.

5 - Como diferenciar cleptomania de “bobagens de criança”, como pegar pequenas coisas no supermercado e não pagar, ou levar um brinquedo do amiguinho para casa ...

Quando os pais percebem que a criança começa a aparecer com objetos que não são seus (borracha, lápis, caneta), isso pode ser um sinal de que ela quer chamar a atenção por algum motivo, geralmente falta de carinho e atenção. É importante lembrar que a cleptomania é uma doença rara, e nem todas as pessoas que furtam são cleptomaníacos. O que os pais devem fazer num primeiro momento é redobrar a atenção em relação ao filho, manifestar mais claramente ou de jeitos novos seu afeto, conversar sobre direitos, deveres, explicar a diferença entre tomar emprestado e roubar, enfim, muitas vezes o furto é apenas falta de parâmetros adequados, sobretudo entre crianças muito pequenas. Se os furtos continuarem, no entanto, o melhor a fazer é procurar um profissional capacitado (psicólogo).


6 – Os cleptomaníacos colecionam objetos roubados? Ou jogam fora ...
Muitas vezes os colecionam, mas também podem devolvê-los na surdina, ou até jogá-los fora.



7 – Por que essas pessoas roubam? É por prazer?

Quem sofre da doença, independente da idade, tem transtorno compulsivo ou distúrbio de ansiedade. Antes do furto, o doente sofre de um aumento de ansiedade, e após o furto, vem o alívio.

8 – Como tratar o problema? Terapia, remédios ...
Trata-se com psicoterapia e medicação (antidepressivos e ansiolíticos)


9 – E se eu perceber que alguém em casa tem essa doença, o que faço?

Procure um profissional capacitado. Psicólogo ou médico psiquiatra.

10 – E tem cura?
Não, mas a compulsão pode ser controlada com tratamento.

ANDREIA CAETANO PIUMHI MG

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