segunda-feira, 12 de janeiro de 2015

O que É o Amor Sem Sexo

O que É o Amor Sem Sexo


Casal sorrindo



Você já ouviu falar em reação assexuada? Trata-se de pessoas que se comprometem em um relacionamento, se amam, mas não fazem sexo. Isso ocorre não por conservadorismo, dogmas religiosos, nem nada do tipo, mas simplesmente porque o casal é assexuado, ou seja, não sente prazer no sexo e nem desejo sexual. Parece realmente estranho pensar nisso, uma vez que vivemos em uma sociedade em que o sexo é supervalorizado e que todos dizem que uma relação saudável é uma relação que tenha sexo apaixonado.
Mas os casais assexuados revelam que não é bem sim. Eles sustentam a ideia de que romance é uma coisa e sexo é outra completamente diferente e que as duas coisas podem caminhar juntas – como a maioria dos casais fazem – como também podem caminhar separadas. Se existe sexo sem amor que é aquele sem compromisso , por que não poderia haver amor sem sexo? De fato, é uma questão que podemos refletir melhor. Entenda o que é o amor sem sexo!

Amor sem sexo é amizade?

A maioria das pessoas, ao pensar sobre o que é o amor sem sexo, pensará em amizade, mas é não necessariamente isso. Não é o sexo que determina que você está namorando. Existem muitas outras diferenças nisso. Por mais que você ame um amigo seu, isso não significa que o amor que você sente por ele é o mesmo do que você sentiria por um parceiro.
Estar envolvido em um relacionamento sério é estar emocionalmente comprometido com o outro, sem sentir o mesmo sentimento por nenhuma outra pessoa e ter aquela parceria, cumplicidade e companhia que não se compara com nenhum outro amigo. O amor de pessoas assexuadas é expressado com base apenas no sentimento abstrato, sem sexo, e isso basta para eles.

Como funciona um relacionamento assexuado?

O amor sem sexo varia de acordo com as necessidades dos envolvidos. Basicamente é uma relação que envolve uma atração romântica, mas com ausência de atração carnal e sexual. Existem, na verdade, diversas variações de casais assexuados. Alguns podem até se permitir trocar carícias e até mesmo chegar às preliminares sem consumar o ato sexual, enquanto outros evitam esse tipo de contato mais intenso e se contentam com beijos, carinhos e abraços.
Ser assexuado não significa ser insensível, pelo contrário, como não existe o sexo entre o casal, geralmente o carinho é a melhor forma de expressar o amor de forma mais concreta e palpável e, por isso, assexuados costumam ser bastante carinhosos.
Porém, assim como existem pessoas com diferentes ideologias, também existem parceiros assexuados que não são românticos, ou seja, que além do sexo também não promovem contato nenhum com seu parceiro. Esse amor assemelha-se a um amor platônico. O que é o amor platônico? Aquele em que se gosta de uma pessoa, mas não se “pode” tocá-la e preserva-se a pessoa, apenas admirando de longe. Parece uma tortura pensar em amar alguém sem poder se aproximar e sentir, mas para eles é bastante natural. Às vezes basta segurar as mãos para o casal se sentir amado e correspondido um pelo outro.

Assexual sempre se envolve com outro assexual?

O mais provável seria imaginar que sim, mas não é isso que acontece na prática. Não mandamos em nossos corações e é bem possível e inclusive frequente que pessoas assexuadas se apaixonem por pessoas sexuais e vice-versa, mas e aí?
Sim, de fato, uma pessoa sexual tem necessidades e desejos que a outra pessoa não tem, mas se sabemos oque é amor de verdade, e ele for maior que isso, ambos podem chegar em um acordo satisfatório para ambos, pois o amor é a base de tudo e é o sentimento mais importante para uma vida feliz a dois. Com uma comunicação aberta, compreensão e respeito mútuo é possível chegar a um consenso entre ambas as partes.

Como isso pode dar certo?

Existem casos que a pessoa assexuada pode se sentir estimulada e instigada a experimentar o contato sexual, por mais que não sinta um desejo latente e uma atração fulminante. A pessoa assexuada, ao ver a necessidade da pessoa amada, pode se doar e se “sacrificar” experimentando o sexo a dois.
Por mais que a pessoa não saia completamente realizada com o sexo em si, uma vez que para ela isso não é importante, ela pode ficar muito satisfeita apenas em ver o companheiro(a) feliz. Porém, se realmente a pessoa não quiser experimentar de jeito nenhum, o parceiro deve aceitar, sem forçar a barra. Se não conseguir conviver com isso, o melhor é se afastar.

Assexualidade = trauma?

Muitas pessoas buscam explicações para a assexualidade, afirmando que a causa pode ser um trauma do passado, como um estupro, por exemplo. Até pode ser, mas isso não é regra. A diferença do trauma consiste em uma pessoa sexual que se vê travada por alguma situação no passado que a impede de se auto resolver, sentindo aversão ao sexo por remeter a situações que a fizeram sofrer anteriormente.
Já a assexualidade não é exatamente relacionada com aversão, apenas com a falta de prazer e vontade em realizar sexo e não, necessariamente, é uma forma de evitar o sexo. Mais uma vez, é importante lembrar que assexualidade não é uma questão de escolha, mas sim uma condição, assim como ser gay. Ninguém escolhe ser gay, mas simplesmente a pessoa é assim e isso deve ser respeitado. Por isso, a assexualidade se diferencia do celibato e castidade, que são escolhas de vida e não condições.

Uma pessoa pode ser feliz sendo assexuada?

Presumir que uma pessoa não será feliz por não ter uma vida sexual ativa é muito preconceituoso. Vivemos em uma sociedade moderna e libertária, assim como lutamos para que todos tenham o direito de fazer sexo sem tabus, da mulher poder se vestir como quiser sem ser tachada por rótulos ou sofrer assédios, também devemos defender as relações sem sexo. Por que não? Cada um escolhe o estilo de vida que quer seguir, deve-se aceitar como é e obviamente também ser aceita na sociedade.
A compreensão sobre o que é o amor vem sofrendo transformações e imaginar uma relação de amor sem sexo tem tudo para ser encarado de forma bastante natural no futuro. As pessoas estão cada vez mais abertas a novas formas de relacionamentos e envolvimentos afetivos, sejam os relacionamentos chamados abertos.
As pessoas podem ser felizes nas mais variadas formas, não existe regra nem uma ditadura romântica que defina isso. Aliás, uma pessoa pode inclusive ser feliz sem parceiro algum, apenas com a satisfação do trabalho ou fazendo coisas que gosta como viajar o mundo, experimentar comidas e outras atividades. O amor está presente em todos os lugares, nas relações interpessoais e em atividades prazerosas, e não somente em um relacionamento afetivo.