terça-feira, 23 de junho de 2009

PROCURO UMA CASA

























Procuro uma casa





Procuro uma casa, com janelas enormes por onde o sol nunca se ponha no horizonte; de portas bem largas e abertas, escancaradas para a lua a brilhar; sem grades a esquartejar os ventos que passam, trazendo sementes de alegria.
Uma casa sem medo de ser invadida.
Precisa-se de uma casa, cujas paredes sejam feitas de abraços, mistura de cimento de carinhos e tijolos de afeição.
Uma casa com pisos de madeira perfumada, lembrando aromas de flores e campos transformados.
Uma casa com escadas que conduzam a um sótão de sonhos armazenados.
Procura-se uma casa ampla com espaços para acomodar o desejo de viver na tranqüilidade, no sossego.
Uma casa pintada de branco com nuances de paz e raios de luz por todos os cantos.
É imprescindível que possua claridade transparente.
Uma casa com amores-perfeitos plantados no jardim e gerânios, ao redor dela, acariciando as pedras dos seus alicerces.
Algumas roseiras são indispensáveis...
Além do mais, necessário é que exista um banco com nomes gravados a canivete com juras de eternidade.
E, que junto a esse banco, haja uma árvore com galhos cheios de ninhos de pássaros.
Procura-se uma casa que tenha, em seu interior mais secreto, uma lareira constantemente aquecendo o inverno e, no teto, uma clarabóia imensa por onde se possa ver as estrelas nas noites de verão.
Mas, só se fecha negócio se houver um quintal, nos fundos da moradia, com tesouros escondidos de infâncias múltiplas e antigas que, ainda, ninguém descobriu.
Precisa-se de uma casa de memórias guardadas porque é urgente desenterrar lembranças.

Autoria desconhecida