sábado, 14 de setembro de 2013

Erzsébet Báthory: A verdadeira história da Condessa Sanguinária

Erzsébet Báthory: A verdadeira história da Condessa Sanguinária




Erzsébet Báthory nasceu dia 7 de agosto de 1560 e morreu 21 de agosto de 1614, conhecida no Brazil por Elizabeth ou Isabel Bathory, foi uma condessa húngara da renomada família Bathory que entrou para a História por uma suposta série de crimes hediondos e cruéis que teria cometido, vinculados com sua obsessão pela beleza.Como conseqüência, ela ficou conhecida como "A condessa sangrenta" ou "A condessa Drácula".Elizabeth Bathory nasceu em Nyírbátor, que então fazia parte do Reino da Hungria, território hoje pertencente à República Eslovaca. A maior parte de sua vida adulta foi passada no Castelo Čachtice, perto da cidade de Vishine, a nordeste do que é hoje Bratislava, onde a Áustria, a Hungria e a Eslováquia se juntam. Os Bathory faziam parte de uma das mais antigas e nobres famílias da Hungria.Era filha do barão George Bathory, do ramo Ecsed, irmão do príncipe András da Transilvânia. A mãe de Elizabeth era do ramo Somlýo da família, chamava-se Anna Bathory e era irmã, entre outros, do rei da Polónia e do príncipe de Siebenbürgen. Elizabeth era ainda prima do marido da arquiduquesa Maria Cristina de Habsburgo, filha de Carlos II da Áustria.Elizabeth cresceu em uma época em que os turcos haviam conquistado a maior parte do território húngaro, que servia de campo de batalha entre os exércitos do Império Otomano e a Áustria dosHabsburgo. A área era também dividida por diferenças religiosas. A família Bathory se juntou à nova onda de protestantismo que fazia oposição ao catolicismo romano tradicional.Foi criada na propriedade de sua família em Ecsed, na Transilvânia. Quando criança, ela sofreu doenças repentinas, acompanhadas de intenso rancor e comportamento incontrolável. Em 1571, seu tio István Bathory tornou-se príncipe da Transilvânia e, mais tarde na mesma década, ascendeu ao trono da Polônia. Foi um dos regentes mais competentes de sua época, embora seus planos para a unificação da Europa contra os turcos tivessem fracassado em virtude dos esforços necessários para combater Ivan, o Terrível, que cobiçava seu território.Sua história de vida começa na antiga fronteira entre a Roménia e a Hungria no castelo Ecsed, onde a família Bathory estava instalada.Em 1560, George Bathory (de descendência Ecsed) e Anna Bathory (de descendência Somlyo) tiveram uma filha, Elizabeth, fruto de um casamento entre duas nobres, mas decadentes famílias húngaras. A família Bathory era uma das mais ricas e poderosas famílias protestantes em toda a Hungria. Nela existiram dois dos mais importantes príncipes reinantes na Transilvânia, um vasto número de heróis de guerra, oficiais da igreja na Hungria e até mesmo um grande construtor de impérios, Stephen Bathory, príncipe da Transilvânia e rei da Polônia. Para além destes nobres a família Bathory era constituída por mais pessoas de um foro não tão nobre. Elizabeth tinha um tio que era supostamente adicta aos rituais e adoração em honra de Satanás, uma tia, Klara Bathory, conhecida como lésbica e bissexual que se divertia a torturar criados e ainda um irmão, Stephan, conhecido pela sua fama de bêbado e libertino.

Aconteceu um incidente durante a sua infância e que nos pode esclarecer acerca das suas atitudes:
Não se sabe bem quando, mas imagina-se que esta cena se passou entre os seis e os onze anos de Elizabeth, quando um grupo de ciganos foi chamado ao castelo de Ecsed (na altura sua casa) para divertir a corte. Durante a estadia dos ciganos no castelo um deles foi acusado de vender crianças aos turcos. Foi levado a julgamento, considerado culpado e sentenciado à morte. Elizabeth lembrava-se do choro do cigano durante a noite, lamentando a sua sentença e isso deve tê-la impressionado. De madrugada, Elizabeth escapou à vigilância da sua ama e correu para fora do castelo para ver a punição. Aí viu um cavalo no chão, moribundo, e alguns soldados a abrirem-lhe a barriga. Três dos soldados agarraram então no cigano e puseram-no dentro da barriga do cavalo, deixando-o apenas com a cabeça de fora e seguidamente costuraram barriga com uma agulha e linha. Outro relato que se conhece, mas não se sabe se é verídico:- Aos nove anos de idade, um grupo de rebeldes atacou o seu castelo.  A maior parte deste foi destruída e muitas das pessoas que lá viviam foram torturadas, violadas e posteriormente mortas. Elizabeth e as suas duas irmãs Anichka e Shandra foram levadas pelas suas amas para se esconderem na floresta. Elizabeth encontrou refúgio numa árvore, mas as suas irmãs foram encontradas e torturadas até à morte.  Elizabeth não teve outra escolha senão ver as suas irmãs e suas amas serem violadas e mortas. Mais tarde encontrou o caminho para casa e quando viu os assassinos e obrigou á eles a comer a carne cozida do seu líder. Parece que alguns não se importaram muito, talvez porque tinham fome na altura... Foram depois mortos. Esta punição foi infligida neles quando foram apanhados e o tio de Elizabeth pronunciou a sentença. O castelo foi restaurado, mas ninguém pôde preencher o vazio causado pela perda das irmãs e pai de Elizabeth. Embora isto não seja uma desculpa, para o posterior comportamento de Elizabeth, podemos perceber mais um bocado das suas atitudes anos mais tarde. Estes e mais alguns incidentes durante a sua infância, influenciaram a sua idéia do que seria um comportamento correto e conceitos de moralidade.Ao contrário de muitas mulheres da altura, Elizabeth foi muito bem educada e a sua inteligência ultrapassava até mesmo a de muitos homens. Ela era excepcional, tornou-se fluente em húngaro, latim e alemão quando a maior parte dos nobres húngaros nem sequer sabiam escrever. Até mesmo o príncipe regente da Transilvânia nesse tempo tinha pouca educação. Alguns professores modernos e contemporâneos dizem que embora ela fosse louca e capaz de fazer inúmeras atrocidades, era também uma pessoa com pleno controlo das suas faculdades.Em 1555, Ferenc Nadasdy nasce no seio de uma família que por direito de nobreza era tão prestigiosa quanto à dos Bathory, mas não era nem tão rica nem tão antiga. A educação de Ferenc foi meticulosamente documentada pela sua mãe, Úrsula, viúva, durante o período entre 1567 e 1569 altura em que ele andava na escola de Vienna. Estes documentos comprovam que Ferenc não era um bom estudante. Mal aprendeu a escrever húngaro e a escrever e ler um pouco de alemão e latim. Embora tivesse adquirido pouca educação acadêmica era certamente popular entre os seus colegas. Em 1571, aos 16 anos, graças às cuidadosas manipulações de sua mãe, Ferenc ficou noivo de Elizabeth, quando esta tinha apenas 11 anos de idade.Ferenc casou com Elizabeth a 8 de Maio de 1575 num acontecimento de gala onde até o Santo Imperador Romeno Maximian II foi convidado a estar. Sabe-se que ele não pôde ir devido a viagens, mas enviou uma delegação para representá-lo e um caro presente de casamento. O casamento, que juntou as duas proeminentes famílias protestantes realizou-se no castelo Varanno, onde o jovem Conde Ferenc Nadasdy juntou o nome da condessa ao seu. Mas Elizabeth, naquela altura já emancipada, escolheu permanecer uma Bathory a ficar apenas com o nome dela, já que o seu nome era mais antigo e mais ilustre que o dele.A prática sanguinária de Elizabeth começou quando uma criada acidentalmente puxou o cabelo da Condessa enquanto estava a pentear. Elizabeth instintivamente bateu na rapariga com tanta força que a mesma começou a sangrar, fazendo com que o sangue espirrasse para a mão da Condessa. Ao princípio Elizabeth ficou enraivecida e apanhou uma toalha para limpar o sangue, mas subitamente reparou que à medida que o sangue ia secando a sua pele parecia ter retomado a mesma brancura e jovialidade da pele das jovens camponesas. Embora pareça que ela nunca tomou banho em sangue de raparigas, vários relatos mostram que as torturava de tal maneira que ficava ensopada no sangue delas tendo de trocar de roupa antes de poder prosseguir. Elizabeth poderia ter continuado com esta moda de torturar criados até a morte, à sua vontade e indefinidamente, porque até os clérigos naquele tempo consentiam que os nobres tratassem os seus criados da maneira que quisessem, por mais cruel que essa fosse e legalmente não faziam nada.
Acompanhando a Condessa nestas ações macabras estavam um servo chamado apenas de Ficzko, Helena Jo, a ama dos seus filhos, Dorothea Szentos (também chamada de Dorka) e Katarina Beneczky, uma lavadeira que a condessa acolheu mais tarde na sua sanguinária carreira. Entre os anos de 1604 e 1610 uma misteriosa mulher de nome Anna Darvulia, que provavelmente era amante de Elizabeth, juntou-se a ela e ensinou-lhe novas técnicas de tortura. Passou a ser uma das mais ativas sádicas nas práticas de Elizabeth. Depois de um severo golpe, que a deixou cega, Darvulia deixou o seu trabalho a Elizabeth, Helena Jo e Dorka, certa de que as tinha ensinado bem. Completamente em pânico, algumas raparigas tentaram em vão escapar-se do castelo, embora se saiba que poucas o conseguiram. Aquelas que escapavam, eram logo encontradas e punidas da maneira a seguir relatada: “... uma rapariga de 12 anos chamada Pola conseguiu escapar do castelo, mas Dorka, ajudada por Helena Jo, apanhou a assustada rapariga de surpresa e levou-a a força para o castelo de Csejthe.A Condessa recebeu a rapariga no seu retorno. Estava furiosa, novamente. Avançou para a rapariga e forçou-a a entrar numa espécie de jaula, construída com a forma de uma grande bola, demasiado estreita para ser possível a pessoa sentar-se e demasiado baixa para se poder permanecer em pé.Uma vez colocada a rapariga lá dentro a jaula era erguida por uma roldana e dezenas de espigões ressaltavam de dentro dela.Pola tentou não ser apanhada pelos espigões, mas Ficzko manuseou as cordas de modo a que a jaula oscilasse para os lados. A carne de Pola ficou desfeita. Com a morte de Darvulia, na altura em que Elizabeth atingiu os seus 40 anos, esta tornou-se ainda mais descuidada.Era Darvulia que se certificava que as vítimas seriam apenas camponesas e que nenhuma rapariga da nobreza era levada, mas com a sua morte e também com as dúvidas das camponesas acerca das maravilhas do castelo Csejthe, Elizabeth começou então a escolher raparigas da baixa nobreza. Sentindo-se sozinha, a Condessa juntou-se à viúva de um fazendeiro da cidade vizinha de Miava. O nome dela era Erzsi Majorova.Aparentemente foi ela que encorajou Elizabeth a ir atrás de raparigas de berço nobre para além de continuar a sua busca entre as camponesas.As atrocidades de Elizabeth continuaram: Um cúmplice seu testemunhou que em alguns dias Elizabeth deitava raparigas nuas no chão do seu quarto e torturava-as de tal maneira que o chão ficava inundado de sangue. Elizabeth teve de pedir aos criados que trouxessem um tapete para tapar as poças de sangue. Uma jovem que não conseguiu agüentar as torturas e morreu muito rapidamente mereceu o seguinte comentário no diário da Condessa: "Ela era muito pequena...” Elizabeth chegou a um ponto na sua vida em que ficou muito doente e não conseguia levantar-se da cama nem arranjar forças para torturar as suas criadas. Ordenou então que lhe fosse trazida uma das suas jovens criadas. Dorothea Szentes, uma rude mulher camponesa arrastou uma das criadas jovens de Elizabeth para o seu lado e segurou-a aí. Elizabeth ergueu-se da sua cama e tal como um cão raivoso abriu a boca e mordeu a rapariga na face. Depois seguiu para os ombros onde rasgou um pedaço de carne com os dentes. Depois disso, Elizabeth mordeu os seios da rapariga. Elizabeth deixou de ter o cuidado de providenciar enterros cristãos, feitos pelo pastor protestante do local, pelo menos inicialmente. Depois de algum tempo, o pastor recusou-se a prosseguir com estes ritos, pois havia muitas raparigas mortas por causas desconhecidas e misteriosas, mas sempre levadas a cabo por Elizabeth. Ela ameaçou-o então para que ele não revelasse os seus atos e continuou a ter os corpos enterrados secretamente. Mais perto do fim, os corpos começaram a serem deixados em locais perigosos (nos campos junto ao castelo, na horta perto da cozinha, etc.) Estas ações contribuíram muito para a descoberta dos seus crimes.



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