quarta-feira, 25 de maio de 2011

Musculação para iniciantes

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Musculação para iniciantes

O volume muscular das pessoas é determinado pela genética e pelas características das atividades físicas que elas fazem regularmente. Algumas pessoas apresentam boa massa muscular, mesmo com estilo de vida sedentário, o que se explica por um código genético favorável.

A musculação traz muitos benefícios a saúde, além do prazer estético que proporciona.

Mas, com o passar dos anos, estas pessoas também vão perdendo massa muscular por falta de exercícios. Qualquer exercício estimula algum aumento de massa muscular, porém os exercícios resistidos (com peso) são os mais eficientes e rápidos para este fim.

Os exercícios com peso merecem consideração especial pela sua importância em preparação física, terapêutica e reabilitação, além da segurança se feito de forma adequada.

Mas, como começar?

Os iniciantes em musculação devem usar cargas leves e exercícios relativamente fáceis de executar. Nesta fase, o mais importante é o aprendizado da técnica correta ao executar os exercícios do que a carga empregada. Para que ocorram as adaptações morfológicas necessárias e funcionais desejadas é necessário que o organismo seja submetido com regularidade às sobrecargas bem dosadas e progressivas.

Nesta fase de adaptação ou fase iniciante, será usado um exercício para cada grupo muscular. Para intermediários, costuma-se dar dois exercícios para cada grupo muscular e para os avançados, sugere-se três exercícios para os grandes grupos musculares e dois para os pequenos ou quatro para os grandes e três para os pequenos, dependendo do intervalo entre os treinos.

Treine primeiramente os grupos musculares grandes, depois os médios e por último os pequenos, pois estes têm uma tendência a atingir a fadiga antes dos grandes e muitas vezes os pequenos auxiliam os médios e os grandes.



  • No primeiro dia de treino, você poderá fazer uma série leve de cada exercício, procurando corrigir o movimento e a respiração. Não se preocupe em contar o número de repetições, mas com a execução correta do movimento.







  • No segundo dia de treino, você pode tentar fazer duas séries leves de 20 repetições, observando a respiração, o movimento e o número de repetições.







  • No terceiro dia, você poderá fazer uma série leve e uma série mais pesada um pouco (mesmo assim, ainda deve estar fácil de executar).







  • Você poderá começar fazendo duas séries de 20 repetições para cada exercício por 2 a 3 meses (dependendo de cada indivíduo). Mude o treino depois de 2 a 3 meses para que não haja acomodação e estagnação dos resultados.







  • Antes de desenvolver a força muscular, desenvolva a flexibilidade, pois a maioria dos exercícios de musculação utiliza larga amplitude de movimento ao redor das grandes articulações, por isso, trabalhar a flexibilidade é muito importante para evitar lesões futuras.







  • Fortaleça os tendões e ligamentos. Vá com calma, de forma progressiva. Os trabalhos com intensidades elevadas sem preparo ou em curto período de tempo, podem oferecer riscos aos sistemas de suporte.







  • Desenvolva o tronco antes de desenvolver os membros, pois os músculos do tronco dão estabilidade e mantém a postura correta durante os movimentos de braços e pernas.







  • Use aparelhos ou máquinas e pesos livres. Os dois recursos devem ser utilizados, pois cada um tem suas vantagens e desvantagens. Nos aparelhos, a trajetória do movimento é feita pelo aparelho, ajudando na coordenação do exercício e até para alunos mais avançados que treinam sozinhos (sem ajuda) os aparelhos são legais para evitar lesões por não conseguirem realizar a repetição.







  • Com os pesos livres você tem mais liberdade de movimento e mais versatilidade, além de outros benefícios.





  • Programa sugerido

    Alternada por segmento, onde você utiliza grupos musculares de segmentos corporais diferentes, alternando as articulações trabalhadas, exemplo: articulações dos membros superiores, membros inferiores e abdome e coluna.

    Veja abaixo:


  • Supino reto (peito)






  • Cadeira extensora (parte da frente das coxas)






  • Abdome superior (abdome).






  • Remada (costas).






  • Cadeira flexora (parte de trás das coxas).






  • Abdome obliquo deitada de lado (abdome).






  • Elevação lateral (ombros).






  • Cadeira adutora (parte interna das coxas).






  • Abdome inferior (abdome).






  • Tríceps Pulley (tríceps, braços).






  • Cadeira abdutora (parte lateral da coxa)






  • Hiperextensão (região lombar).






  • Rosca direta (bíceps, braços).






  • Gêmeos (perna).





  • Faça duas séries de 20 repetições para cada exercício, duas vezes por semana por 2 a 3 meses. Não esqueça dos alongamentos antes e depois dos exercícios e de prestar atenção na postura correta e na respiração.
       

    Por:
    Valéria Alvin Igayara de Souza


    ANDREIA CAETANO PIUMHI/MG


    CREF 7075/ GSP - Especialista em treinamento.

    terça-feira, 24 de maio de 2011

    Musculação e o medo de ganhar peso

     Você tem medo de aumentar o seu peso com a musculação? Pois saiba que a longo prazo, a musculação é uma das atividades que mais ajuda a emagrecer de forma saudável.

    Mas não é só você que pensa desta forma, na verdade, muitas pessoas acreditam que a musculação atrapalha o processo de emagrecimento, pois embora haja uma perda da porcentagem de gordura, há também um aumento da massa magra (massa muscular), podendo não apresentar perda de peso na balança.

    Saiba que emagrecer saudavelmente não significa necessariamente perder peso e sim aumentar a massa magra e diminuir a gordura, que é o que a musculação faz. Afinal, você prefere emagrecer e ficar flácida e fraca ou emagrecer enrijecendo os músculos, ganhando assim um corpo mais bonito, forte, saudável e atraente?

    "Na verdade, o ideal é mudar a composição corporal, perdendo ou não peso na balança (devendo ser feita uma avaliação de cada caso). Em relação ao gasto calórico, numa caminhada moderada de 1 hora você pode eliminar de 200 a 300 kcal. Já em 30 minutos intensos de musculação, pode-se gastar a mesma quantidade de calorias (dependendo de cada metabolismo)."

    Estudos asseguram e a prática comprova que a musculação acelera o metabolismo do seu praticante, favorecendo a queima de gorduras pelo organismo. Apesar de na musculação você não queimar gordura como fonte de energia, durante o esforço (onde usa-se o fósforo, a creatina e a glicose anaeróbia), existe um processo chamado gliconeogênese, que é a utilização de gordura para repor as calorias perdidas durante o treino. Com o metabolismo acelerado, você continua queimando a gordura por muito tempo depois da atividade física.

    Após o exercício aeróbio nosso organismo leva cerca de 1 hora para voltar ao normal, onde eliminamos entre 10 e 15 calorias. Quem faz musculação tem o metabolismo 12% mais acelerado no pós-treino e até 15 horas depois esta taxa continua 7% mais alta.

    Vimos que a musculação aumenta a massa magra. Esta massa magra acelera o metabolismo de 17 a 25 vezes mais do que a massa de gordura. Assim sendo, quanto maior a massa muscular, mais acelerado será o seu metabolismo e o seu gasto calórico.

    Para você ter déia, 1 kg a mais de músculos (que não é muito fácil de conseguir) consome 15 kcal extras por dia. A longo prazo (mais ou menos 10 meses) se você conseguir ganhar 2kg de músculos, poderá perder 9000 calorias. Você poderá eliminar de 2 kg a 3 kg de gordura em 12 semanas, fazendo musculação 3x por semana. É claro que a dieta alimentar também é necessária, tornando o resultado mais rápido.

    Sem dúvida, o melhor que se tem a fazer é associar a dieta aos exercícios aeróbios, a musculação e aos alongamentos, num programa adequado as suas necessidades, biótipo e condicionamento físico, tornando indispensável uma avaliação e acompanhamento de profissionais como nutricionistas, professores de educação física e médicos.
    Por:
    Valéria Alvin Igayara de Souza
    CREF 7075/ GSP - Especialista em treinamento.
    Musculação e o medo de ganhar peso
    andreia caetano 
    piumhi/mg

    quarta-feira, 11 de maio de 2011

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    domingo, 1 de maio de 2011

    primeiros socorros


    Noções de Primeiros Socorros

     
     


    Neste trabalho pretendo esclarecer e irei apresentar noções de primeiros socorros, as quais devem ser feitas mesmo por pessoas leigas, até que seja possível uma assistência médica efetiva. Evidentemente, estes socorros limitam-se a medidas mínimas que proporcionam à vítima, rapidamente, uma situação que possa livrá-la de um agravamento do seu estado ou mesmo da morte imediata, por asfixia, hemorragia ou choque.
    Primeiros Socorros também pode ser definido por medidas que se aplicam imediatamente ao acidentado, enquanto se aguarda assistência médica. Devem limitar-se a providências mínimas, que não prejudiquem a vítima e a coloquem em situação de não sucumbir à asfixia, hemorragia ou choque. Tais medidas se resumem em: retirar a vítima do local; mantê-la em posição adequada, de preferência em decúbito dorsal; identificar as lesões; adotar medidas de urgência; e transportar o paciente, se houver condições para isso.
    A fonte utilizada para fazer este trabalho foi a enciclopédia Barsa.

     Everton Herzer




    1. Noções de Primeiros Socorros
    2. Procura-se diminuir os ferimentos do ferido e, sobretudo, impedir a sua morte imediata. Evidentemente, o primeiro socorro, que pode ser feito mesmo por uma pessoa leiga, servirá para que o acidentado aguarde a chegada do médico, ou seja, transportado para o hospital mais próximo. Para que alguém se torne útil num socorro urgente, deve ter algumas noções sobre a natureza da lesão e como proceder no caso.
      1. Natureza da Lesão
      2. Inicialmente, cumpre saber que se dá o nome de traumatismo a toda lesão produzida no indivíduo por um agente mecânico (martelo, faca, projétil), físico (eletricidade, calor, irradiação atômica), químico (ácido fênico, potassa cáustica) ou, ainda, biológico (picada de animal venenoso). De acordo com essa classificação, devem-se considerar alguns tipos de lesões (e suas conseqüências imediatas) a requerer socorro urgente.
        1. Contusão: É o traumatismo produzido por uma lesão, que tanto poderá traduzir-se por uma mancha escura (equimose) como por um tumor de sangue (hematoma); este, quando se localiza na cabeça, é denominado, vulgarmente, 'galo'. As contusões são dolorosas e não se acompanham de solução de continuidade da pele. A parte contundida deve ficar em repouso sob a ação da bolsa de gelo nas primeiras horas e do banho de luz nos dias subseqüentes.
        2. Ferida: É o traumatismo produzido por um corte sobre a superfície do corpo. Corte ou ferida pode ser superficial, afetando apenas a epiderme (escoriação ou arranhadura), ou profundo, provocando hemorragia às vezes mortal. Sendo o ferimento produzido por um punhal, canivete ou projétil, os órgãos profundos, como o coração, podem ser atingidos, causando a morte. As feridas podem ser ainda punctiformes (espetadela de prego), lineares (navalha), irregulares (ferida do couro cabeludo, por queda). Não se deve esquecer que um pequeno ferimento produzido nos dedos ou na mão pode acarretar paralisias definitivas em virtude de serem aí muitos superficiais os tendões e os nervos. Além disso, as feridas podem contaminar-se facilmente, dando lugar a uma infecção purulenta, com febre e formação de íngua. As feridas poluídas de terra, fragmentos de roupa etc., estão sujeitas a infecção, inclusive tetânica. Numa emergência, deve-se proteger uma ferida com um curativo qualquer e procurar sustar a hemorragia.
        3. Ferida Venenosa: É aquela produzida por um agente vulnerante envenenado (mordedura de cobras, picada de escorpião, flechas), que inocula veneno ou peçonha nos tecidos, acarretando reação inflamatória local ou envenenamento freqüentemente mortal do indivíduo. O tratamento resume-se em colocar um garrote acima da lesão, extrair o veneno por sucção, retirar o ferrão no caso de inseto, aplicar soro antivenenoso quando indicado, soltar o garrote aos poucos e fazer um curativo local com antisséptico e gaze esterilizada.
        4. Esmagamento: É uma lesão grave, que afeta os membros. Ocorre nos desastres de trem, atropelamentos por veículos pesados, desmoronamentos etc. O membro atingido sofre verdadeiro trituramento, com fratura exposta, hemorragia e estado de choque da vítima, que necessitará de socorro imediato para não sucumbir por anemia aguda ou choque. Quando o movimento tem de ser destacado do corpo, a operação recebe o nome de amputação traumática. Há também os pequenos esmagamentos, afetando dedos, mão, e cuja repercussão sobre o estado geral é bem menor. Resistindo a vítima à anemia aguda e ao choque, poderá estar ainda sujeita à infecção, especialmente gangrenosa e tetânica.
        5. Choque: É um estado depressivo decorrente de um traumatismo violento, hemorragia acentuada ou queimadura generalizada. Pode também ocorrer em pequenos ferimentos, como os que penetram o tórax. Caracteriza-se pelos seguintes sintomas: palidez da face, com lábios arroxeados ou descorados, se há hemorragia; pele fria, principalmente nas mãos e nos pés; suores frios e viscosos na face e no tronco; prostração acentuada e voz fraca; falta de ar, respiração rápida e ansiedade; pulso fraco e rápido; sede, sobretudo se há hemorragia; consciência presente, embora diminuída. Como primeiro socorro, precisa-se deitar o paciente em posição horizontal e, havendo hemorragia, elevar os membros e estancar o sangue, aquecendo-se o corpo moderadamente, por meio de cobertores.
        6. Hemorragia: É a perda sangüínea através de um ferimento ou pelos orifícios naturais, como as narinas. Quando a hemorragia ultrapassa 500g no adulto, ocorre a anemia aguda, cujos sintomas se assemelham aos do choque (palidez, sede, escurecimento da vista, pulso fraco, descoramento dos lábios, falta de ar e desmaios). A hemorragia venosa caracteriza-se por sangue escuro, jato lento e contínuo (combate-se pela compressão local e não pelo garrote). A hemorragia arterial se distingue pelo sangue vermelho rutilante em jato forte e intermitente (combate-se pela compressão local, quando pequena, e pelo garrote, quando grande). O paciente, em caso de anemia aguda, deve ser tratado como no caso do chocado, requerendo ainda transfusões de sangue, quando sob cuidados médicos.
        7. Queimadura: É toda lesão produzida pelo calor sobre a superfície do corpo, em graus maiores ou menores de extensão (queimadura localizada ou generalizada) ou de profundidade (1º, 2º, e 3º graus). Consideram-se ainda queimaduras as lesões produzidas por substância cáustica (ácido fênico), pela eletricidade (queimadura elétrica), pela explosão atômica e pelo frio. As diversas formas de calor (chama, explosão, vapor das caldeiras, líquidos ferventes) são, na verdade, as causas principais das queimaduras. São particularmente graves nas crianças e na forma generalizada. Assim, a mortalidade é de 9% nas queimaduras da cabeça e membros superiores; 18% na face posterior ou anterior do tronco, e 18% nos membros inferiores. Como foi dito, classificam-se as queimaduras em três graus: 1º grau, ou eritema, em que a pele fica vermelha e com ardor (queimadura pelo sol); 2º grau ou flictema, com formação de bolhas, contendo um líquido gelatinoso e amarelado. Costuma também ser dolorosa, podendo infectar-se quando se rompe a bolha; e do 3º grau, ou escara, em que se verifica a mortificação da pele e tecidos subjacentes, transformando-se, mais tarde, numa ulceração sangrante, que se transforma em grande cicatriz. Quando às queimaduras pequenas, basta untá-las com vaselina ou pomadas antissépticas, mas, quando ocorrem as queimaduras extensas, o primeiro socorro deve dirigir-se para o estado geral contra o choque, em geral iminente.
        8. Distorção: Decorre de um movimento violento e exagerado de uma articulação, como o tornozelo. Não deve ser confundida com a luxação, em que a extremidade do osso se afasta de seu lugar. É uma lesão benigna, embora muito dolorosa, acompanhando-se de inchação da junta e impossibilidade de movimento. A imobilização deve ser primeiro socorro, podendo empregar-se também bolsa de gelo, nas primeiras horas.
        9. Luxação: Caracteriza-se pela saída da extremidade óssea, que forma uma articulação, mantendo-se fora do lugar em caráter permanente. Em certos casos a luxação se repete a um simples movimento (luxação reincidente). As luxações mais comuns são as da mandíbula e do ombro. O primeiro socorro consiste no repouso e imobilização da parte afetada.
        10. Fratura: É toda solução de continuidade súbita e violenta de um osso. A fratura pode ser fechada quando não houver rompimento da pele, ou aberta (fratura exposta) quando a pele sofre solução de continuidade no local da lesão óssea. As fraturas são mais comuns ao nível dos membros, podendo ser únicas ou múltiplas. Na primeira infância, é freqüente a fratura da clavícula. Como causas de fraturas citam-se, principalmente, as quedas e os atropelamentos. Localizações principais: (a) fratura dos membros, as mais comuns, tornando-se mais graves e de delicado tratamento quanto mais próximas do tronco; (b) fratura da bacia, em geral grave, acompanhando-se de choque e podendo acarretar lesões da bexiga e do reto, com hemorragia interna; (c) fratura do crânio, das mais graves, por afetar o encéfalo, protegido por aquele; as lesões cerebrais seriam responsáveis pelo choque, paralisia dos membros, coma e morte do paciente. A fratura do crânio é uma ocorrência mais comum nas grandes cidades, devido aos acidentes automobilísticos, e apresenta maior índice de mortalidade em relação às demais. O primeiro socorro precisa vir através de aparelho respiratório, pois os pacientes podem sucumbir por asfixia. Deve-se lateralizar a cabeça, limpar-lhe a boca com o dedo protegido por um lenço e vigiar a respiração. Não se deve esquecer que o choque pode também ocorrer, merecendo os devidos cuidados; (d) fratura da coluna: ocorre, em geral, nas quedas, atropelamentos e nos mergulhos em local raso, sendo tanto mais grave o prognóstico quanto mais alta a fratura; suspeita-se desta fratura, quando o paciente, depois de acidentado, apresenta-se com os membros inferiores paralisados e dormentes; as fraturas do pescoço são quase sempre fatais. Faz-se necessário um cuidado especial no sentido de não praticar manobras que possam agravar a lesão da medula; coloca-se o paciente estendido no solo em posição horizontal, com o ventre para cima; o choque também pode ocorrer numa fratura dessas.
        11. Irradiação Atômica: As explosões atômicas determinam dois tipos de lesões. A primeira, imediata, provocada pela ação calórica desenvolvida, e a segunda, de ação progressiva, determinada pela radioatividade. Nos pacientes atingidos, o primeiro socorro deve ser o da sua remoção do local, combate ao choque e tratamento das queimaduras quase sempre generalizadas. Não se pode ignorar o perigo que existe em lidar com tais enfermos, no que se refere à radioatividade.
      3. Primeiros Socorros
        1. Retirada do Local: O paciente pode ficar preso às ferragens de um veículo, escombros de um desabamento ou desacordado pela fumaça de um incêndio. Sua remoção imediata é, então, necessária. Assim procedendo, evita-se a sua morte, o que justifica processo de remoção até certo ponto perigoso mas indispensável. O socorrista deve conduzir-se com prudência e serenidade, embora, em certas ocasiões, a retirada do paciente deve ser a mais rápida possível. Em certas circunstâncias, será necessário recorrer ao Corpo de Bombeiros e a operários especializados, a fim de libertar a vítima. Enquanto se espeta esse socorro, deve-se tranqüilizar a vítima, procurando estancar a hemorragia, se a houver, e recorrer a medidas que facilitem a respiração, já que em certas circunstâncias pode ser precário o teor de oxigênio da atmosfera local. Isso é muito importante para a sobrevivência do paciente.
        2. Posição do Acidentado: O decúbito dorsal, com o corpo estendido horizontalmente, é a posição mais aconselhável. A posição sentada favorece o desmaio e o choque, fato nem sempre do conhecimento do leigo. Quando a vítima está inconsciente, é preciso colocá-la de lado, ou apenas com a cabaça lateralizada, para que possa respirar melhor e não sofra asfixia no decurso do vômito. Havendo fratura da mandíbula e lesões da boca, é preferível colocar o paciente em decúbito ventral. Somente os portadores de lesões do tórax, dos membros superiores e da face, desde que não sofram desmaios.
        3. Identificação das Lesões: Estando o paciente em local adequado, deve-se, imediatamente, identificar certas lesões mais sérias, como ferimentos que sangram, fratura do crânio, choque, anemia aguda ou asfixia, capazes de vitimar o paciente, se algo de imediato não for feito. Eis a orientação que se deve dar ao diagnóstico dessas lesões: (a) hemorragia, que se denuncia nas próprias vestes pelas manchas de sangue; basta, então, rasgar a fazenda no local suspeito, para que se localize o ferimento; (b) fratura do crânio, cujo diagnóstico deverá ser levantado quando o indivíduo, vítima de um acidente, permanece desacordado e, sobre tudo, se ele sangra pelo ouvido ou pelo nariz; (c) fratura de membros, posta em evidência pela deformação local, dificuldade de movimentos e dor ao menor toque da lesão; (d) fratura da coluna vertebral, quando o paciente apresenta paralisia de ambos os membros inferiores que permanecem dormentes, indolores mas sem movimentos; (e) choque e anemia aguda, com o paciente pálido, pulso fraco, sede intensa, vista escura, suores frios e ansiedade com falta de ar; (f) luxação, tornando-se o membro incapaz de movimentos, doloroso e deformado ao nível da junta; (g) distorção, com dificuldade de movimento na articulação afetada, apresentando-se este bastante dolorosa e inchada; (h) queimadura, fácil de diagnóstico pela maneira que se produziu; resta verificar a sua extensão e gravidade, o que pode ser orientado pela queimadura das peças do vestuário que ficam carbonizadas em contato com o tegumento; no caso de queimadura generalizada, suspeitar, logo, de um estado de choque e não esquecer da alta gravidade nas crianças; (i) asfixia, que pode ocorrer nos traumatismos do tórax, de crânio, queimaduras generalizadas e traumatismo da face. Identifica-se esta condição pela coloração arroxeada da face (cianose), a dificuldade de respirar e de consciência que logo se instala.
      4. Medidas de Emergência
      5. Após a identificação de uma das lesões já focalizadas, pode-se seguir a seguinte orientação:
        1. Estancar a hemorragia (Hemostásia): Quando a hemorragia é pequena ou venenosa, é preferível fazer uma compressão sobre o ferimento, utilizando-se um pedaço de gaze, um lenço bem limpo ou pedaço de algodão; sobre este curativo passa-se uma gaze ou uma tira de pano. Quando, todavia, a hemorragia é abundante ou arterial, começa por improvisar um garrote (tubo de borracha, gravata ou cinto) que será colocado uns quatro dedos transversos acima do ferimento, apertando-se até que a hemorragia cesse. Caso o socorro médico demore, cada meia hora afrouxa-se o garrote por alguns segundos, apertando-o novamente; na hemorragia pelas narinas basta comprimir com o dedo, externamente, a asa do nariz; finalmente, em caso de hemorragia pós-parto ou pós-aborto, deve-se colocar a paciente numa posição de declive, mantendo-se o quadril e os membros inferiores em nível mais elevado. Em casos excepcionais, o ferimento pode estar localizado numa região difícil de se colocar um garrote; procede-se, então, pelo método da compressão ao nível da ferida; pode-se, inclusive, utilizar o dedo ou a mão, num caso de extrema hemorragia.
        2. Combater o choque e a anemia aguda: Começa-se por colocar o paciente, sem travesseiros ou qualquer suporte sob a cabeça, mantendo ou membros inferiores em nível mais elevado; removem-se todas as peças do vestuário que se encontram molhadas, para que não se agrave o resfriamento do enfermo; cobre-se, em seguida, o seu corpo com cobertores ou roupas de que se dispõe no momento, a fim de aquecê-lo. A vítima pode ingerir chá ou café quente se estiver consciente e sem vômitos; ao mesmo tempo, deve-se tranqüilizá-la, prometendo-lhe um socorro médico imediato e dizendo-lhe da vantagem de ficar imóvel. mesmo no caso dos queimados, observa-se um resfriamento das extremidades do paciente, havendo necessidade de usar cobertores sobre o mesmo. Não convém esquecer-se, também, a sobreposição de cobertores do leito; embora o aquecimento do enfermo possa tornar-se perigoso, se provocar sudorese.
        3. Imobilizar as fraturas: O primeiro socorro essencial de um fraturado é a sua imobilização por qualquer meio; podem-se improvisar talas com ripas de madeira, pedaço de papelão, ou, no caso de membro inferior, calha de zinco; nas fraturas de membros superior, as tipóias são mais aconselháveis. Quando o paciente é fraturado de coluna, a imobilização deve cingir-se ao repouso completo numa posição adequada, de preferência o decúbito dorsal com extensão do corpo.
        4. Vigiar a respiração: É muito importante nos traumatizados observar a respiração, principalmente quando eles se encontram inconscientes. A respiração barulhenta, entrecortada ou imperceptível deve despertar no observador a suspeita de dificuldade respiratória, com a possibilidade de asfixia. Começa-se por limpar a boca do paciente de qualquer secreção, sangue ou matéria vomitada, o que se pode fazer entreabrindo a boca da vítima e colocando uma rolha entre a arcada dentária a fim de, com o dedo envolvido em um lenço, proceder a limpeza. Em complemento, ao terminar a limpeza, lateriza-se a cabeça, fecha-se a boca do paciente segurando-lhe a cabeça um pouco para trás. Isso permitirá que a respiração se faça melhor. Havendo parada respiratória, é preciso iniciar, imediatamente, a respiração artificial boca-a-boca ou por compressão ritmada da base do tórax (16 vezes por minuto). Não se deve esquecer que a ventilação do local com ar puro se torna muito importante para qualquer paciente chocado, anemiado ou asfíxico. Os fraturados da mandíbula, com lesões da língua e da boca, deverão ser colocados em decúbito ventral com a cabeça leterizada, para que a respiração se torne possível.
        5. Remoção de corpos estranhos: Os ferimentos que se apresentam inoculados de fragmentos de roupa, pedaços de madeira etc., podem ser lavados com água fervida se o socorro médico vai tardar; no caso, porém, de o corpo estranho estar representado por uma faca ou haste metálica, que se encontra encravada profundamente, é preferível não retirá-lo, pois poderá ocorrer hemorragia mortal. No caso de empalação, deve-se serrar a haste pela sua base e transportar o paciente para o hospital, a fim de que lá seja removido o corpo estranho. Quando o corpo estranho estiver prejudicando a respiração, como no caso dos traumatismos da boca e nariz, cumpre fazer tudo para removê-lo de modo a favorecer a respiração. Não se deve esquecer que os pequenos corpos estranhos (espinhos de roseira, farpas de madeira, espinhos de ouriço-do-mar) podem servir de veículo para o bacilo de tétano, o que poderá ser fatal.
        6. Socorro ao queimado: Faz-se necessário considerar as queimaduras limitadas e as generalizadas. No primeiro caso, o socorro urgente consistirá em proteger a superfície queimada com gaze ou um pano limpo; no segundo caso, o choque deve ser a primeira preocupação. Deve-se pensar nele mesmo antes que se instale, cuidando logo de colocar o paciente em repouso absoluto, protegê-lo contra o resfriamento, fazê-lo ingerir bebidas quentes e tranqüilizá-lo. Nesse último caso, o tratamento local ocupa um segundo plano. Eis um resumo do tratamento local das queimaduras: (a) queimadura do 1º grau: protege-se a superfície queimada com vaselina esterilizada ou pomada analgésica; (b) queimadura do 2º grau: evitar a ruptura das bolhas, fazendo um curativo com gaze esterilizada em que se pode estender uma leve camada de pomada antisséptica ou com antibiótico; a seguir, o curativo precisa ser resguardado com algodão; quando a superfície queimada se acha suja com fragmentos queimados etc., torna-se necessária uma limpeza com sabão líquido ou água morna fervida, utilizando-se, para isto, uma compressa de gaze; enxuga-se em seguida a superfície queimada, fazendo-se um curativo com pomada acima referida; no caso de queimaduras poluídas com resíduos queimados, haverá necessidade de um antibiótico e de soro antitetânico. A renovação do curativo só deve ser feita cinco a sete dias depois, a não ser que haja inflamação, febre e dor; para retirá-lo basta umedecer com soro fisiológico morno ou água morna fervida; (c) queimadura do 3º grau: o tratamento é igual a queimadura do 2º grau; o problema principal é a limpeza da superfície queimada, quando esta se encontra poluída por resíduos carbonizados; neste caso, pode-se empregar sabão líquido e água ou soro fisiológico mornos; (d) recomendações especiais: as queimaduras do rosto e partes genitais devem receber curativos de vaselina esterilizada; as queimaduras de 30% do corpo, sobretudo do tronco, e, principalmente, na criança, estão sujeitas ao choque e mesmo à morte do paciente; exigem, portanto, um tratamento no hospital, de preferência em serviços especializados. As complicações mais terríveis das queimaduras são: inicialmente, o choque; posteriormente, as infecções, inclusive tetânica, a toxemia com graves distúrbios gerais, e, finalmente, as cicatrizes viciosas que deformam o corpo do paciente e provocam aderências.
        7. Socorro aos contaminados por raiva: Os indivíduos com ferimentos produzidos por animais com hidrofobia (cão, gato, morcego etc.) devem Ter seus ferimentos tratados de maneiro já referida no item de feridas; há, todavia, um cuidado especial na maneira de identificar a raiva no animal agressor, como também de orientar i paciente, sem perda de tempo, para que faça o tratamento anti-rábico imediato; a rapidez do mesmo será tanto mais imperiosa quanto maior o número de lesões produzidas e quanto mais próximos da cabeça tais ferimentos.
        8. Socorro ao asfixiado: Em certos tipos de traumatismo como aqueles que atingem a cabeça, a boca, o pescoço, o tórax; os que são produzidos por queimaduras no decurso de um incêndio; os que ocorrem no mar, nos soterramentos etc. poderá haver dificuldade respiratória e o paciente corre mais risco de morrer pela asfixia do que pelas lesões traumáticas. Nesse caso, a identificação da dificuldade respiratória pela respiração barulhenta nos indivíduos inconscientes, pela falta de ar de que se queixam os conscientes, ou ainda, pela cianose acentuada do rosto e dos lábios, servirá de guia para o socorro à vítima. A norma principal é favorecer a passagem do ar através da boca e das narinas; colocar, inicialmente, o paciente em decúbito ventral, com cabeça baixa, desobstruir a boca e as narinas, manter o seu pescoço em linha reta, mediante a projeção do queixo para trás, o que se poderá fazer tracionando a mandíbula com os dedos, como se fora para manter fechada a boca do socorrido; se houver vômitos, vira-se a cabeça da vítima para o lado até que cessem, limpando-lhe a boca em seguida. Não se deve esquecer de colocar o paciente em ambiente de ventilação adequada e ar puro. A parada respiratória requer imediata respiração artificial, contínua e incessante, num ritmo de 16 vezes por minuto, até que chegue o socorro médico, não importando que atinja uma hora ou mais.
        9. Transporte do paciente: Algumas vezes é indispensável transportar a vítima utilizando meios improvisados, a fim de que se beneficie de um socorro médico adequado; em princípio, o leigo não deverá fazer o transporte de qualquer paciente em estado aparentemente grave, enquanto estiver perdendo sangue, enquanto respirando mal, enfim, enquanto duas condições não pareçam satisfatórias. O transporte pode por si só causar a morte de um paciente traumatizado. Tomando em consideração essas observações, devem-se verificar as condições gerais do enfermo, o veículo a ser utilizado, o tempo necessário ao transporte. Havendo meios de comunicação, será útil pedir instruções ao hospital mais próximo. Estabelecida a necessidade do transporte, torna-se necessário observar os seguintes detalhes: (a) remoção do paciente para o veículo, o que deverá ser feito evitando aumentar as lesões existentes, sobretudo no caso de fratura de coluna e de membros; em casos especiais, o transporte pode ser feito por meio de veículos a motor, padiolas e, mais excepcionalmente por avião; (b) veículo utilizado: deve atender, em primeiro lugar, ao conforto do paciente; os caminhões ou caminhonetes prestam-se melhor a esse mister; (c) caminho a percorrer: é desnecessário encarecer a importância do repouso dos traumatizados, evitando abalos durante o transporte; pode ser necessário sustá-lo, caso as condições do enfermo se agravem; (d) acompanhante: a vítima deve ser acompanhada por pessoa esclarecida que lhe possa ser útil durante a viagem; (e) observação: o transporte em avião constitui um dos melhores pela ausência de trepidação e maior rapidez; todavia, a altitude pode ser nociva para pacientes gravemente traumatizados de tórax, sobretudo se estiverem escarrando sangue ou com falta de ar.



    andreia caetano piumhi/mg






    Fungos
    O termo fungo, em sentido lato, designa os talófitos aclorofilados, isto é, as bactérias ou esquizomicófitas, os fungos mucosos, mixomicetes ou mixomicófitas e os fungos verdadeiros, eumicetes ou eumicófitas. A palavra cogumelo, embora por vezes empregada como sinônimo de fungo, se aplica mais comumente aos fungos verdadeiros ou, numa acepção ainda mais restrita, aos representantes comestíveis ou venenosos deste grupo. Como caracteres gerais, comuns aos três grupos, deve-se salientar que são organismos simples, isto é, com o corpo formado tão-somente de um talo uni ou pluricelular, e heterotróficos, ou seja, incapazes de criar a matéria orgânica a partir dos materiais inorgânicos. Dependem assim, para sua nutrição, direta ou indiretamente, de um modo geral, dos alimentos elaborados pelas plantas verdes.
    Quando o alimente é obtido pelo ataque a outro ser vivo, ocorre o chamado parasitismo; se retirado de restos animais ou vegetais, dá-se o saprofitismo. As formas parasitas são exigentes quanto à alimentação e meio ambiente, a maioria delas só se podendo multiplicar sobre determinados tipos de seres vivos. O grau de especificidade é, porém, muito variável. Alguns vivem em vários gêneros, outros num só gênero ou numa só espécie. Há ainda os que se desenvolvem apenas numa variedade ou mesmo numa raça de planta ou animal.
    Bactérias.
    Entre elas figuram os menores organismos vivos conhecidos. Apresentam-se sob três formas principais, redonda (coco), alongada, em bastonete (bacilo) e curva (vibriões e espirilos). Muitos são dotados de flagelos ou de uma parede celular contrátil graças aos quais podem movimentar-se em líquidos ou superfícies úmidas. Existem por toda parte, no solo, no ar, na água, nos alimentos e no corpo humano. Reproduzem-se por divisão celular, que pode ocorrer a cada 20 minutos, em condições ótimas. Assim, em 24 horas, uma só bactéria poderia dar origem a 1,8 x 100 bilhões de indivíduos. Felizmente, as condições apresentadas não conseguem permanecer ótimas por longos períodos, e esse grau acelerado de reprodução não se mantém. Em condições desfavoráveis alguns tipos de bactérias segregam um envoltório protetor resistente, transformando-se em esporos. Estes podem permanecer inativos durante semanas, meses e até anos, recuperando a vitalidade ao serem restabelecidas as condições adequadas.
    Há bactérias que causam enfermidades nas plantas, nos animais e no homem. Não obstante, a maioria delas é inofensiva e algumas são úteis, por exemplo, na elaboração do vinagre, do queijo e nos processo de putrefação.
    Mixomicetes.
    Constituem um grupo peculiar de plantas, diferentes de todas as outras por terem o corpo formado de uma simples massa de protoplasma, mucilaginosa e capaz de se deslocar lentamente sobre o substrato e de englobar partículas sólidas. Crescem sobre a madeira em putrefação e outros objetos úmidos. Ao fim esta massa gelatinosa cessa de deslocar-se e emite numerosos órgãos ou pequenas cápsulas, mais ou menos arredondadas, cheias de esporos. Estes são transportados a grande distância pelo vento, pela água e outros veículos, e vão originar, onde pousam em condições apropriadas, um novo mixomicete. Uns poucos são causadores de doenças superiores. Alguns possuem caracteres peculiares a plantas, outros a animais.
    Fungos Verdadeiros.
    Os fungos verdadeiros constituem, pela diversidade das formas que englobam, um conjunto bastante complexo e heterogêneo. Reconhece-se a existência de três classes nesse grupo, a saber:
    Ficomicetes. Têm o talo unicelular nas formas mais primitivas, e formado de filamentos (chamados hifas) tubulares, multinucleados, não septados, ramificados, nas mais adiantadas. Guardam analogia com as algas verdes com respeito á estrutura e á reprodução. A esta classe pertencem os mofos, como o mofo pão e outros que atacam os tecidos em ambiente úmido, são saprófitos. Alguns são parasitas de plantas. Os mofos produzem tal quantidade de esporos, que sempre existem deles no ar. Como exemplos de ficomicetes, pode-se citar: Plasmodiophora brassicae, causador da 'hérnia da couve'; Rhizopus nigricans, o mofo preto do pão; Saprolegnia, que é um gênero de ficomicetes aquáticos vivendo sobre detritos e peixes; e Empusa muscae, que prolifera sobre as moscas, matando-as à maneira de uma epidemia. A importância desse grupo advém de seu significado econômico, porquanto atacam especialmente, plantas e animais (peixes), causando perda de alimentos e desperdício de esforços. Exemplo significativo da obra destruidora destes fungos é a doença denominada 'podridão' ou 'míldio da batateira', causadora da destruição das plantações de batata na Irlanda, em 1845-46, que matou de fome milhares de pessoas. O agente ocasionador deste míldio é o ficomicete Phytophtora infestans, que passa o inverno nos tubérculos doentes e desenvolve-se na primavera, matando os rebentos. Contribuem, por outro lado, de modo benéfico para os processos de mineralização da matéria orgânica que restituem aos solos substâncias molecularmente pouco complicadas e que ajudam a conservar-lhes a fertilidade.
    Ascomicetes. São providos de talo uni ou pluricelular; nesse caso têm filamentos ou hifas septados e geralmente uninucleados por célula. O conjunto das hifas (micélio) pode organizar-se em corpos morfologicamente definidos (ascocarpos) ou crescer de modo indefinido , sob a forma de lanugem. Seu modo de reprodução oferece caracteres de grande valia para a definição do grupo, isto é, a presença de estruturas denominadas ascos, que são como sacos formados na ponta de filamentos micelianos especializados. Em seu interior se formam, de ordinário, oito esporos ou ascóporos.
    Os ascomicetes podem ser parasitas e crescer sobre animais e vegetais, causando-lhes variadas enfermidades; ou saprófitos nos solos ricos em matéria orgânica, sobre frutos em decomposição, alimentos, tecidos, etc. Alguns têm importância industrial na fabricação de queijos e nas fermentações ligadas à produção de bebidas alcoólicas, na produção de antibióticos (como a penicilina), em panificação, enquanto outros são comestíveis ou encerram alcalóides usados na medicina. Como exemplos, citem-se as leveduras ou fermentos, diferentes dos outros fungos por seu modo de reprodução por gemulação. No ar, existem normalmente células de levedura em suspensão.
    O mofo azul e preto é formado respectivamente de espécies dos gêneros Aspergillus Penicillium A. niger, sendo empregado na produção de ácido cítrico por fermentação. Os queijos Roquefort e Camembert são feitos com a intervenção de espécies dePenicillium denominados respectivamente P. roqueforti P. camemberti. P. notatum é o principal representante dos produtores de antibióticos. Produz a penicilina. Tuber e Morchella se notabilizam pelas espécies comestíveis que englobam. Claviceps purpurea, ou esporão do centeio, do qual se extraem vários alcalóides e preparos de emprego na medicina. Gênero afim de Claviceps é Cordyceps que se desenvolve no interior de insetos e larvas, destruindo seus tecidos, respeitando porém sua forma exterior.
    Basidiomicetes. Providos de talo pluricelular formado de hifas septadas. Seu micélio pode Ter crescimento indefinido ou formar, nos tipos mais evoluídos, corpos grutíferos carnosos de estrutura constante. A estrutura reprodutora característica do grupo é o basídio, que é a extremidade de uma hifa dilatada, uni ou pluricelular, e que emite ramificações ou esterigmas, cada uma suportando em sua extremidade um esporo, ou basidiósporo. Estes, contrariamente aos ascóporos, de natureza endógena, são tipicamente exógenos. O grupo tem grande importância econômica. Compreende espécies causadoras de sérias doenças em plantas cultivadas, como sejam as ferrugens e os carvões. Ustilago maydis produz o carvão do milho. Puccinia graminis é a ferrugem do trigo. Os basidiomicetes superiores se separam em dois grupos; de um lado os himenomicetes, com membrana esporófora exposta, e de outro os gasteromicetes, com membrana esporófora inclusa. Entre os primeiros estão os mais importantes fungos comestíveis e venenosos conhecidos. Também aí figuram os fungos destruidores de madeira. Psalliota campestris é o cogumelo de campo, ou cogumelo cultivado (champignon do comércio). Entre os venenosos ou repugnantes ao paladar podem ser citados Amanita phalloides, o mais tóxico de todos, capaz de causar acidentes mortais, Russula emetica, de sabor picante, os Dictyophora, de cheiro e gosto desagradáveis.
    São notáveis as associações de fungos com outros vegetais, como sejam as micorrizas, em que o fungo se associa com as raízes de plantas superiores, e os liquens, em que a associação se faz com algas. Como um apêndice aos fungos, é tratado um último grupo, o dos deuteromicetes, entre os quais se encontram os agentes causadores de doenças dos vegetais superiores ou de afecções cutâneas.
    Fungos Patogênicos.
    Os microfungos, ou cogumelos microscópicos, causam no homem uma série de doenças, chamadas micoses, que ocupam lugar de destaque na patologia tropical. No Brasil há, sobre o assunto, trabalhos importantes, que dizem respeito a diversos ramos da medicina tropical. A maioria dos fungos patogênicos provieram originalmente do solo ou eram parasitas vegetais. Numerosos são também os fungos que produzem doenças em outras culturas, como por exemplo a murcha e a antracnose no algodão; o carvão e a podridão das raízes da cana, a podridão seca e a podridão rosada da espiga do milho, etc.
    Vegetais ou Animais?
    A planta é uma extraordinária "indústria química": graças à clorofila, é capaz de aproveitar a luz solar para fabricar alimentos, utilizando como matéria prima substâncias simples: água, alguns compostos minerais nela dissolvidos e um gás contido na atmosfera - o anidrito carbônico. A planta clorofilada é, pois, um organismo autotrófico, isto é, que produz seu próprio alimento. Os fungos, ao contrário, não têm clorofila e, para nutrir-se, precisam, como os animais, de substâncias orgânicas originadas de fontes animais ou vegetais. Após anos de pesquisa constatou-se que os fungos acumulam glicogênio, principal forma de armazenamento de carboidratos nos tecidos animais. Quase todos constituem-se de células cujas paredes contêm uma substância semelhante à que participa da formação do esqueleto externo dos insetos (exosqueleto), dos chifres, da pele, das penas, das unhas e de outras partes dos animais. Apesar de serem aclorofilados, de não terem raízes, folhas, flores ou frutos eles se assemelham muito aos vegetais, tanto, que se observarmos, os mecanismos de reprodução dos fungos, vamos perceber que seu comportamento é tipicamente vegetal. Quase sempre os fungos se reproduzem por via vegetativa, ou seja, forma-se um novo fungo a partir de uma gema ou de um fragmento de fungo "pai". Este produz células especiais - esporos - que servem unicamente para a reprodução. Já alguns cientistas preferem classificá-lo num reino independente - Reino Protista -, ao lado das algas, bactérias e protozoários. No entanto, eles não pertencem nem a um nem a outro reino, e sim ao Reino Fungi.
    Um Crescimento Oculto e Imprevisível
    Se você colher um cogumelo e se detiver a examiná-lo, fique certo de uma coisa: o verdadeiro corpo do vegetal não é o que você tem na mão, mas o que ficou retido no solo. O corpo do fungo, denominado micélio, raramente pode ser visto, pois cresce escondido no solo ou no corpo de um organismo vegetal ou animal, esteja ele vivo ou morto.
    O micélio parece um feltro esbranquiçado e, observado ao microscópio, veremos que consiste num entrelaçamento de filamentos delgados - as hifas. Mais final do que um fio de cabelo, as hifas são capazes de absorver a água e as substâncias nela dissolvidas, da maneira como fazem os pêlos absorventes das raízes das plantas mais evoluídas.
    Mas a parte do cogumelo que emerge do solo, denominada corpo de frutificação, é formado por inúmeras hifas intimamente entrelaçadas.
    A Micorriza
    Há muitas espécies de fungo simbiôntico que crescem em estreita associação com raízes de árvores. Em algumas delas, as hifas (que, como vimos, constituem o corpo do fungo e se alojam no solo), ao penetrar no interior das raízes, passam a atuar em substituição aos pêlos radicais na sua função de absorver a água e as substâncias nela dissolvidas. A planta, por sua vez, cede ao fungo parte das substâncias orgânicas que produz, fornecendo-lhe sua parcela de alimento. Essa forma particular de simbiose entre fungo e raiz de planta superior denomina-se micorriza (do grego mykes = fungo; rhiza = raiz). Dentre os fungos comestíveis mais conhecidos, como boletos, amanitas e rússulas, muitos vivem em micorriza com diversas espécies de árvore: pinheiros, abetos, castanheiros, carvalhos, e nogueiras.
    Fungos Microscópicos
    A maior parte dos fungos não é visível a olho nu. Contam-se milhares as espécies de fungo microscópico, algumas delas bastante conhecidas, como, por exemplo, os mofos, que se desenvolvem principalmente em lugares úmidos e mal ventilados.
    Os mofos costumam formar uma espécie de feltro sobre a superfície de frutos e hortaliças ou de objetos deixados em lugares fechados e úmidos.
    São fungos microscópicos também os lêvedos, totalmente privados de coloração, conhecidos e utilizados pelo homem desde a mais remota antigüidade.
    Particularmente notável é o lêvedo de cerveja, que se acrescenta á massa do pão para fazê-lo crescer, e os lêvedos que provocam a fermentação do mosto da uva, transformando em vinho.
    Que são os Cogumelos que Comemos?
    Já dissemos que o verdadeiro corpo do fungo sempre está alojado no interior de uma fonte de alimento.
    Que seriam então as estruturas tão características que brotam do solo ou do tronco das árvores, que todos chamam de cogumelo?
    Observando-se de perto podemos notar que muitos apresentam um "pé" e um "chapéu" se compõe de um conjunto de cavidades que o tornam semelhante a uma esponja.
    As lamelas têm por função sustentar milhares de esporos, tão pequenos quanto os grãos de poeira; esses "furinhos" correspondem às aberturas de um número considerável de túbulos forrados de esporos; cada cavidade é revestida de células especiais, que produzem esporos.
    Os esporos são importantes porque, se encontram condições adequadas (umidade, calor e oxigênio), podem germinar e originar um novo fungo. Os esporos, portanto, são os corpos que permitem a reprodução e dispersão da espécie. Mas para isso é necessário que aflorem no solo ou no organismo do hospedeiro no qual o micélio (parte filamentosa do talo) do fungo inserido.
    Eis por que, em certos períodos do ano brotam do solo formações características de cogumelos em toda a sua diversidade de formas, cores e odores. Essas estruturas, denominadas corpo de frutificação, têm a tarefa de produzir e dispersar os esporos, e muitas delas são comestíveis.
    As Trufas
    As trufas, usadas em culinária fina, embora à primeira vista possam ser confundidas com tubérculos de batata, são fungos. Em seu interior existem minúsculas e numerosas cavidades contendo grande número de esporos.
    Trata-se, pois, de um tipo particular de corpo de frutificação produzido por fungos que vivem em micorriza. Por serem corpos de frutificação subterrâneos, não podem disseminar diretamente os esporos. Dotados, porém, de forte odor, atraem animais de olfato aguçado (cães e porcos, por exemplo), que escavam a terra para comê-los, difundindo os esporos através das fezes.
    A Importância dos Fungos
    A maior parte dos fungos, assim como as bactérias, desempenho papel de grande importância na economia da natureza. Esses seres, na busca de seu alimento, decompõem o folhelho e as plantas mortas que revestem o solo das regiões florestadas, e degradam os restos de outros organismos. Nesse processo produzem anidrido carbônico, que passa para a atmosfera, e diversas substâncias minerais, que, dissolvidas no solo pela chuva e umidade, constituem alimento para outras plantas.
    Os fungos destroem, assim material que, de outra forma, iria acumular-se em quantidades incalculáveis. Eles são, portanto, os laboriosos lixeiros da natureza.
    Já vimos que os fungos micorrizais ajudam as raízes de muitas plantas na absorção da água; muitos desses fungos são venenosos, mas não devem, por isso, ser destruídos, pois são úteis nas zonas arborizadas.
    Além de úteis para a natureza, os fungos são, como vimos, úteis para o homem. Todos conhecem a penicilina e outros antibióticos. Essas substâncias são produzidas por alguns tipos de mofo (fungo microscópico) e têm a propriedade de destruir bactérias e outros microorganismos causadores de várias moléstias graves.
    Isso sem falar dos lêvedos, fungos indispensáveis à produção de pão, vinho e cerveja. E nos fungos comestíveis, que vêm ganhando mercado no Brasil. Algumas espécies, como o agárico-campestre, podem ser cultivadas em qualquer época do ano.
    Fungos Saborosos e Fungos Mortais
    Do ponto de vista comestível os fungos dividem-se em quatro categorias:
    Fungos comestíveis: as numerosas espécies desta categoria são utilizadas pelo homem na sua alimentação e consideradas saborosas e nutritivas.
    Fungos não comestíveis: trata-se de espécies não venenosas, porém não comestíveis em virtude da dureza ou do sabor desagradável.
    Fungos tóxicos: espécies venenosas, embora não necessariamente mortais.
    Fungos mortais: as poucas espécies desta categoria podem causar a morte de quem as ingerir.
    Diversas Formas de Viver
    Devido às características heterotróficas, os fungos não produzem seu próprio alimento mas dependem, para sua sobrevivência, de substâncias orgânicas provenientes de outros organismos. Mas nem todos se nutrem do mesmo modo.
    Fungos saprófitos: a maior parte dos fungos obtém o alimento de que necessita a partir de organismos mortos ou de substâncias orgânicas em decomposição. São os saprófitos (do grego sapros = pútrido; phyton = planta). Uma das espécies mais comuns é o agárico-campestre (Psalliota campestris), freqüentemente cultivado em cavernas, sobre esterco fermentado.
    Fungos simbióticos: os fungos, grande parte em sua maioria, vivem em associação com outros organismos vegetais vivos, e cedem a estes uma parte de água que as hifas absorvem, inclusive no estado de vapor.
    Os "parceiros" do fungo, por sua vez, o suprem do alimento que estão em condições de produzir.
    Muito conhecida é a união entre fungos e algas. O produto dessa estreita associação é um tipo particular de organismo vegetal - os liquens - capaz de viver e desenvolver-se nos ambientes mais inóspitos. A relação de igual para igual, de intercâmbio entre duas formas de vida diferentes, útil para ambas, é denominada simbiose (do grego syn = junto; bios = vida). Os fungos que vivem em simbiose com outros vegetais denominam-se simbiônticos.
    Fungos parasitas: os fungos que se desenvolvem à custa de outros organismos, sem que estes obtenham vantagens dessa associação, chamam-se parasitas. No mundo vegetal, o maior número de espécies parasitas encontra-se exatamente entre os fungos e chega a alguns milhares. Se um fungo parasitar o corpo de um organismo vivo, animal ou vegetal, poderá prejudicá-lo seriamente e até provocar a morte.
    Entre as doenças vegetais ocasionadas por fungos, cita-se a ferrugem, que, no Brasil, tem sido o flagelo dos cafezais. As micoses que atacam a pele de homens e animais (o pé-de-atleta, por exemplo) são provocados por fungos. O ergotismo é uma doença incurável que afeta pessoas e animais que ingiram cereais infectados pela cravagem do centeio, que é um fungo.


    ANDREIA CAETANO  PIUMHI/MG

    A GRÉCIA ANTIGA





    Aspectos Geográficos
    A forma do território grego lembra uma mão aberta sobre o Mar Mediterrâneo. Esse território pode ser dividido em três grandes partes:
      Grécia Continental: é a região situada ao norte do istmo de Corinto. Compreende regiões como Tessália, Etiólia, Beócia e Ática.
      Grécia Peninsular: é a parte situada ao sul do istmo de Corinto, constituída pela Península do Peloponeso. Compreende regiões como Messânia, Arcádia, Lacônia e Argólida.
      Grécia Insular: é a parte formada pelas diversas ilhas espalhadas, sobretudo, pelo Mar Egeu. Entre essas ilhas destacam-se Creta, Eubéia e os conjuntos das ilhas Cíclades e das ilhas Jônicas.
    De modo geral, podemos destacar duas características fundamentais do território grego:
      As Montanhas: há numerosas cadeias de montanhas, que dominam 80% da superfície territorial. Entre uma montanha e outra, encontram-se planícies férteis, berços naturais para o desenvolvimento de pequenas sociedades;
      O Mar: o litoral é bastante recortado, com bons portos e diversas ilhas próximas umas da outras. As águas calmas dos mares gregos e as pequenas distâncias entre as ilhas são um convite à navegação marítima. É por isso que a comunicação e o comércio marítimo sempre desempenharam importante papel na vida grega.


    Devido à presença marcante do mar e da montanha, o território grego tem um aspecto fragmentado. Esta fragmentação geográfica facilitou a fragmentação política da Grécia, isto é, nunca houve um estado grego unificado. Assim, o que chamamos de Grécia nada mais é do que o conjunto de diversas cidades-Estado gregas independentes umas das outras e, muitas vezes, rivais.
    É importante frisar que o surgimento das cidades-estados na Grécia, não pode ser explicado, unicamente pela "toda poderosa" influência do meio geográfico sobre o homem. Acreditar nisso, seria cair no fatalismo ou no determinismo geográfico. O surgimento das cidades-estados é explicado pela ação do homem, em certas circunstâncias históricas, diante de um contexto geográfico. Com isso, negamos o fatalismo geográfico (o homem é um produto do meio), mas também negamos o possibilismo romântico (o homem faz a história conforme sua exclusiva vontade). Nesse aspecto, Marx foi feliz ao escrever que "os homens fazem sua própria história, mas não a fazem como querem; não a fazem sob aquelas com que se defrontam diretamente, legadas e transmitidas pelo passado". Podemos concluir, então, que o homem, através de suas ações e do seu trabalho, faz a História, relacionando-se dialeticamente com o meio geográfico e com as demais circunstâncias que interferem na vida humana.
    Os povos indo-europeus - aqueus, jônios ,eólios e dórios - começaram a chegar à Grécia em sucessivas levas, por volta do ano 2000 a.C. . Porém, muito antes da chegada desses povos, a maior ilha grega do mar Egeu - Creta - já era habitada. Nela se desenvolveu uma brilhante civilização: a civilização cretense.
    Próximo ao III milênio a.C., a ilha de Creta recebeu alguns povos, provavelmente vindos da Ásia Menor, que constituíram uma importante civilização, a Civilização Cretense. Encontra-se no Mediterrâneo Oriental , perto da Grécia e da Ásia Menor.
      Creta é uma das maiores ilhas do Mediterrâneo. Consiste principalmente em colinas e montanhas, com alguns vales férteis. Uma estreita planície estende-se na costa norte, onde se encontram as maiores cidades e alguma indústria leve. Na costa sul, as montanhas descem abruptamente para o mar.
    A civilização Cretense passou por três estágios:
      Civilização egéia;
      Civilização cretense, e;
      Civilização minóica.
    Os primeiros habitantes dessas terras deram origem à Civilização egéia, nome devido ao Mar Egeu.
    A maioria da população era formada por pescadores e marinheiros, por isso eram chamados de povo do mar.


    A Economia na Ilha de Creta

    No início, houve preocupação com a agricultura de: oliva, vinha, trigo, milho miúdo, legumes, ameixeira, figueira, ..., e com o comércio marítimo com as outras ilhas do Mar Egeu, com o Egito e com a Ásia. Com o comércio marítimo, podiam oferecer saída aos produtos da ilha e de suas indústrias e meios de obter produtos alimentícios que o solo não conseguia proporcionar em grande quantidade. Exportavam azeite, vinho, tecidos, armas de bronze, jóias e uma admirável cerâmica.
    Expandindo-se pelo mar, os cretenses fundaram diversas colônias, entre as quais Micenas, Tirinto e Tróia.
    A indústria Cretense era parcialmente controlada pelo Estado. Fabricavam tecidos, ferramentas, utensílios domésticos, vasos e jóias. Havia divisão de trabalho e produção em larga escala.


    Os grandes palácios


    No século passado, em 1900, o arqueólogo inglês Arthur Evans descobriu traços e vestígios de grandiosos palácios datados do século XX a.C.. Eram restos das cidades cretenses Cnossos e Faístos. Eram palácios com quartos decorados, oficinas, redes de água e esgoto, ... . Locais para administração demonstram que os cretenses já tinham um alto grau de civilização e organização social.

    A Cultura e o Povo na civilização Minóica

    Em torno de 1750 a .C., uma catástrofe ocorreu em Creta ( não se sabe ao certo o que foi mas os historiadores acham que foi um terremoto ou uma explosão vulcânica)e soterrou os palácios reais. Sobre estas ruínas, o rei Minos ,no século XVI, construiu outros palácios de igual beleza, como o palácio de Cnossos. Foram os arquitetos Dédalo e Ícaro que o fizeram a mando de Minos.
    O palácio era enorme, compreendia salas do trono, teatro para espetáculos, torneios e touradas, ..., tinha vários fins e, a construção, de quatro ou cinco andares, contava com 1300 divisões. O pátio central tinha mais de 10.000 m2. Era habitado pela família real, funcionários e servos.
    Há uma interessante lenda sobre o palácio de Cnossos:
    "Segundo a lenda, os gregos de Atenas haviam matado um dos filhos do rei cretense. Para se vingarem dos atenienses, os cretenses declararam guerra à Atenas e venceram. Exigiram dos vencidos que todos os anos mandassem sete moças e sete rapazes para acalmar a fome do Minotauro.
    Dizia-se que desse labirinto ninguém conseguia sair, pois era impossível achar a saída. Mas um rapaz grego, de nome Teseu, resolveu enfrentar o monstro do labirinto. Foi secretamente ajudado pela jovem Ariadne, filha do rei Minos, que lhe deu um novelo de linha para que ele fosse desenrolando no labirinto e, assim, conseguisse achar o caminho de volta.
    Teseu lutou bravamente com o touro, conseguiu matá-lo e sair do labirinto. A lenda permaneceu viva na memória do povo grego por muito tempo."
    Minotauro era um monstro da mitologia grega, que tinha o corpo de homem e cabeça de touro. Era filho do rei Minos e da rainha Pasífae.
    Os cretenses habitavam a ilha desde os tempos pré-históricos. Pertenciam aos povos mediterrâneos, não sendo semitas nem indo-europeus, então, não são descendentes dos mesmos povos da Grécia. Eram pequenos, morenos, ágeis, cabelos longos, lábios e nariz grossos. Vestiam-se com elegância e muitas jóias.
    Eram um povo festivo e levavam uma vida alegre. Quase não havia distinção entre as classes sociais. Tanto os homens quanto as mulheres dedicavam muito do seu tempo aos jogos, exercício físicos ao ar livre, pugilismo, luta de gladiadores, corridas, torneios, desfiles e touradas. Realizações do povo cretense:
      A dança, acompanhada de cantos e sons;
      Os teatros ao ar livre, nos pátios dos palácios;
      Enormes potes da altura do homem, para armazenarem alimentos ( serviam, também, como objetos de decoração, pois eram ricamente decorados);
      Um sistema próprio de escrita, gravado em argila (inspirada nos hieróglifos egípcios);
      Labirintos com salas e corredores;
      Um vestuário semelhante à moda do século passado;
      Casas confortáveis;
      A escultura representada em miniaturas;
      Uma pintura maravilhosa inspirada na natureza, nos pássaros, nas flores, na vida à beira-mar , etc., usando principalmente o azul e o vermelho ;
    Arte cretense cheia de fantasia, vida , delicadeza, graciosidade e originalidade, expressando o gênio de um povo acostumado à independência. Os artistas eram capazes de representar o momento de fúria de um touro ou o suave movimento de um polvo. Os artesãos trabalhavam a cerâmica, o ouro, a prata, o bronze, com os quais faziam lindas peças e objetos de adorno.
    Os cretenses no campo artístico só foram superados pelos gregos.
    Cnossos tornou-se o centro político da ilha de Creta, sendo que, o chefe político era um rei-sacerdote, com diversos poderes, entre eles o religioso, administrativo e de juiz supremo, podendo governar de forma absoluta.
    A religião era monástica e matriarcal. A maior atração religiosa era a Deusa-Mãe, que era considerada a deusa da fecundidade, da maternidade, da terra e dos homens. Representava o bem e o mal ao mesmo tempo. Era também a senhora dos animais e a ela eram consagrados os pássaros, leões e serpentes.
    "A presença da mulher em exibições perigosas e de grande habilidade e também nas festas aparece em diversas pinturas em cerâmicas e nos afrescos. Essa valorização da mulher se deve principalmente ao fato de que a divindade maior de Creta é uma mulher ( a Deusa-Mãe). Daí podemos concluir que a mulher na sociedade Cretense gozou de uma grande consideração."
    Baseado em Franco di Trondo, La Storia e I suol Problemi, Loescher Editore, Torino , Itália.
    Em sua homenagem, o povo organizava festividades, jogos, torneios, touradas em que os rapazes se exibiam em perigosos exercícios ginásticos, mas sem matar o touro, pois o consideravam um animal sagrado.
    Também tinham outras divindades que viviam rodeadas de pássaros, de serpentes, de touros ou de seres fantásticos com corpo humano e cabeça de animal, lembrando o Minotauro. Praticavam o culto dos mortos, enterrados com alimentos, ferramentas e objetos de adorno.



    A organização política da civilização Minóica

    Os cretenses, desde os primeiros tempos, foram agrupados sob a autoridade de príncipes, em cidades como Cnossos e Faístos. Os príncipes tinham poderes políticos e religiosos, como os monarcas orientais, Porém não eram tão despóticos como os reis assírios ou persas. Minos possuía um pequeno exército. Seu emblema era uma flor -de-lis.
    O período Minóico marcou o período de maior desenvolvimento da ilha de Creta. Relacionavam-se, freqüentemente, comercialmente, com outros povos do Mediterrâneo. Assim, utilizavam um sistema de pesos e medidas, inspirados nos egípcios e mesopotâmicos. Possuíam moedas de cobre de diferentes valores, para transações comerciais. As moedas, geralmente, traziam o desenho de um labirinto.
    Essa civilização parou, novamente, no século XIV, por causa de outra catástrofe. Nessa época, os aqueus, vindos da Grécia, ocuparam a ilha de Creta, incediando Cnossos, pondo fim nessa Civilização que floresceu de 3000 a 1400 a .C. , aproximadamente.


    A Ilha de Creta Atualmente

    As ilhas do Egeu, no mar de mesmo nome, são em geral rochosas, especialmente ao sul. As ilhas do norte compreendem Quios, Lesbos, Lemnos, Samotrácia e o grupo das Cíclades, uma das áreas mais atrasadas da Grécia, e as do Dodecaneso. A histórica Rodes , a maior desse grupo, é importante atração turística.


    A Civilização Grega

    A antiga Grécia fazia limites com a Ilíria e a Macedônia ao norte, a leste com o mar Egeu, a oeste com o mar Jônico, e ao sul com o mar Mediterrâneo. Tinha 77.000 km2 .
    Suas montanhas, com o céu quase sempre azul e seu clima suave faziam da Grécia um dos mais maravilhosos países do mundo antigo.
    Foi nesse pequeno país que a primeira civilização européia começou a mais de dois mil anos. Naquele tempo, a Grécia dominava grandes áreas das margens do Mediterrâneo e do mar Negro. Atualmente, a Grécia tem poder reduzido, sendo um dos países menos desenvolvidos da Europa. Atenas é a capital e maior cidade do país. Em Atenas e outras partes da Grécia, existem esplêndidas ruínas que são monumentos do passado glorioso da nação.
    Há milhares de anos, os gregos estabeleceram tradições de justiça e liberdade individual que são as bases da democracia. Sua arte, filosofia e ciência tornaram-se fundamentos do pensamento e da cultura ocidentais.
    Os gregos da Antigüidade chamavam a si próprios de helenos ( todos que falavam grego, mesmo que não vivessem na Grécia), e davam o nome de Hélade a sua terra. Os que não falavam grego eram chamados de bárbaros. Jamais chegaram a formar um governo nacional, porém estavam unidos pela mesma cultura, religião e língua.


    Relevo Antigo

    Ásperas montanhas de pedra calcária ocupavam cerca de 3/4 do território. Florestas cobriam as encostas da serra. As maiores planícies ficavam na Tessália, ao norte, na Ática e na Beócia na Grécia central, e na Lacônia e em Messênia no Peloponeso. Os picos das cadeias submersas despontavam no mar formando ilhas.
    O Clima na Grécia Antiga

    Tinha um clima ameno e agradável. Aproximadamente 640mm de chuva caíam a cada ano, principalmente no inverno. No verão, o povo vivia quase inteiramente ao ar livre. Embora os ventos de inverno fossem frios, os gregos promoviam a maioria dos divertimentos e reuniões públicas fora dos recintos cobertos.


    O Povo Grego

    Os gregos são um povo animado ,que se diverte com as conversas e a companhia dos outros.
    As classes da sociedade grega variavam de uma cidade-Estado para outra. Atenas contava com três classes:
       Cidadãos, ou eupátridas: Somente eles possuíam direitos políticos para participar da democracia. As mulheres e as crianças não faziam parte do grupo dos cidadãos;
      Metecos : Eram os estrangeiros que habitavam Atenas. Não tinham direitos políticos e estavam proibidos de adquirir terras, mas podiam dedicar-se ao comércio e ao artesanato. Em geral , pagavam impostos para viver em Atenas e estavam obrigados à prestação do serviço militar;
      Escravos: Formavam a grande maioria da população ateniense, pois para cada cidadão adulto chegou a existir cerca de 18(dezoito) escravos. Os escravos eram considerados propriedades do seu senhor, embora houvessem leis que os protegiam contra excessos de maus tratos. Atenas era um Estado que garantia a democracia da minoria às custas da escravidão da maioria.
    Os antigos gregos falaram vários dialetos diferentes durante centenas de anos. Depois de 330 anos a.C., um dialeto comum chamado coiné desenvolveu-se a partir do primitivo dialeto falado em Atenas. Vários invasores penetraram na Grécia Antiga, mudando a língua e os costumes gregos.
    "Na Grécia, a pobreza é sempre uma hóspede" (Heródoto). O povo levava uma vida simples, começando na moradia, que eram de pedra ou de tijolos secos ao sol e cobertos com estuque. A maioria dos gregos fazia apenas duas refeições por dia. O almoço, ariston, muitas vezes consistia somente de um prato de feijão ou de ervilhas e de uma cebola crua ou um nabo cozido. Ao cair da noite havia o deipnon, a refeição principal que incluía pão, queijo, figos, azeitonas e por vezes um pedaço de carne ou queijo.
    Os gregos não conheciam o açúcar, porém serviam-se do mel para adoçar seus alimentos. Usavam o azeite para passar no pão, além de empregarem-no como óleo de cozinha e sabão. A maioria dos gregos bebiam uma mistura de vinho e água; eles consideravam o leite próprio apenas para os animais e os bárbaros.
    Os gregos desenvolveram um belo e gracioso traje. Homens e mulheres usavam um quitão, túnica que descia até os joelhos ou tornozelos; um cinto estreito prendia na cintura o quitão feminino. Grande parte dessas túnicas eram feitas de lã; apenas os mais ricos podiam tê-la de algodão ou linho. O povo usava quitões de cor marrom para o trabalho e de cor branca nas ocasiões formais.
     Tanto os homens como as mulheres trajavam também himátions, mantos que eles arranjavam com pregas sobre os ombros e os braços. Os moços por vezes usavam uma clâmide, pequeno manto preso no ombro. As mulheres podiam vestir também um péblos, que era uma variação do quitão. Dentro de casa os gregos habitualmente andavam descalços; na rua muitos usavam sandálias. A maioria dos gregos andava com as cabeças descobertas.

    Cada vila ou cidade contava com ginásio ao ar livre onde os homens podiam praticar exercícios ou vários tipos de jogos com bola. As crianças geralmente rolavam aros ou brincavam com bonecas. Os homens mais velhos sentavam-se na ágora(mercado), onde ficavam jogando damas ou conversando. A mulher grega trabalhava quase que todo o tempo e tinha poucos divertimentos. As caçadas eram passatempos prediletos nas propriedades rurais.



    Educação na Grécia

    As meninas não recebiam qualquer educação formal, mas aprendiam os ofícios domésticos e os trabalhos manuais com as mães. Principal objetivo da educação grega era preparar o menino para ser um bom cidadão. Os gregos antigos não contavam com uma educação técnica para preparar os estudantes para uma profissão ou negócio.
    Em Esparta a educação era organizada em modos militares e dava-se ênfase à educação física. Os meninos viviam em casernas dos 7 anos 30 anos e sua educação incluía intermináveis exercícios de ginástica e atletismo. Os professores surravam os alunos, às vezes, seriamente, a fim de reforçar a disciplina. Os espartanos alcançavam a maturidade em ótimas condições físicas mas em geral eram ignorantes; somente alguns sabiam ler e escrever.
    A educação em Atenas contrastava acentuadamente com àquela que era adotada em Esparta. Eles acreditavam que sua cidade-estado tornar-se-ia a mais forte se cada menino desenvolvesse integralmente as suas melhores aptidões individuais. O governo não controlava os alunos e as escolas. Um garoto ateniense entrava na escola aos 6 anos e ficava confiado a um pedagogo. Ele estudava aritmética, literatura, música escrita e educação física; além disso decorava muitos poemas e aprendia a tomar parte nos cortejos públicos e religiosos. Os meninos tinham feriados apenas nos dias de festas religiosas. O governo recrutava para treinamento militar durante 24 meses, todos os jovens quando atingiam a idade de 18 anos.


    Artes

    A literatura foi a maior e mais singular contribuição dos gregos a civilização ocidental.
    Os arquitetos gregos demonstravam grande habilidade em seus projetos de tempos e edifícios públicos. Eles assentavam com perfeição os blocos de mármores ou de pedra calcária, sem usar argamassa e empregavam graciosas colunas para sustentar o trabalho dos tempos.
    Na escultura usavam tanto mármore quanto bronze. Alguns famosos escultores: Fídias, Míron, Policleto, Lisípo, Praxíteles, Scópas.
    As pinturas desapareceram em sua grande maioria. Apenas vasos pintados foram preservados.
    A música era executada por um só instrumento de sopro ou de cordas acompanhado por uma forte batida rítmica. Os instrumentos favoritos era a lira, a cítara, parecida com o alaúde, e o áulo, que lembrava um pouco o oboé. Eles apreciavam bastante o canto e escreveram muitos poemas em forma de canção com acompanhamento de lira. Eles chamavam essa poesia de lírica.
    Da Grécia vieram os primeiros filósofos e grande sabedoria nas ciências.


    A Religião Grega

    Os gregos adoravam vários deuses, e os representavam sob a forma humana. Portanto, sua religião era politeísta e antropomórfica. Os deuses habitavam o monte Olimpo. No monte Olimpo habitavam 15 deuses, são eles:

      Zeus - Deus do céu e Senhor do Olimpo;
      Héstia - Deusa do lar;
      Hades - Deus do mundo subterrâneo (inferno);
      Deméter - Deusa da agricultura;
      Hera - Deusa do casamento;
      Posêidon - Deus dos mares
      Ares - Deus da guerra;
      Atena - Deusa da inteligência e da sabedoria;
      Afrodite - Deusa do amor e da beleza;
      Dionísio - Deus do vinho, do prazer e da aventura;
      Apolo - Deus do Sol, das artes e da razão;
      Artemis - Deusa da Lua, da caça e da fecundidade animal;
      Hefestos - Deus do fogo;
      Hermes - Deus do comércio e das comunicações.
      Asclépio - Deus da medicina.
      As três Graças;
      As nove Musas;
      Eros;
      As Horas;
      As Morais.

    Praticavam ainda, os gregos, o culto dos heróis, eram seres mitológicos considerados pelos gregos, como seus antecessores, fundadores de suas cidades, às quais davam proteção: Teseu, Épido, Perseu, Belerofonte e Hércules.

    O culto aos deuses era tão desenvolvido entre os gregos, que chegaram a erigir soberbos templos as suas divindades, nos quais realizavam suas orações. Consideravam que os oráculos eram meios utilizados pelos deuses para se comunicarem com eles.

    Diversos jogos periódicos eram promovidos pelos gregos em homenagem aos deuses, como os Jogos Olímpicos, dedicados a Zeus, na cidade Olímpia. Os Jogos Olímpicos eram praticados de quatro em quatro anos. Durante sua realização, sustavam-se as guerras, e respeitavam-se como as pessoas sagradas os seus participantes.

     

    A História Grega

    Como a superfície contínua da Grécia era bastante limitada, os gregos, passaram a habitar também as ilhas próximas, bastantes numerosas. A ilha de Eubéia ficava separada do continente pelo estreito de Euripes. Ítaca, Cefanônia, Córcira e Zaquintos localizavam-se no mar Jônico. Ao sul do Peloponeso, ficava Cítara, que representava uma etapa para a ilha de Creta, a mais extensa de todas. As Cícladas (Andros, Delos, Paros, Nexos) localizavam-se no Egeu, bem como as Espóradas (Rodes, Samos, Quios, Lesbos). Essas ilhas constituíam a Grécia colonial, constituídas por terras mais distantes:

      Ásia Menor (Eólia, Jônica, Dória);
      Sul da Itália (Magna, Crécia);
      Costa egípcia (Náucratis).

    Desde o período neolítico que se tem notícia da presença do homem na península Balcânica. Os pelasgos foram seus primeiros habitantes, possivelmente, de origem mediterrânea. Os cretenses, porém, foram mais importante como civilização, predominando em toda a região do Egeu. Tantos os pelasgos como os cretenses, geralmente são considerados povos anteriores aos gregos ( povos pré-helênicos).
    A história egeana teve suas origens na ilha de Creta, irradiando-se daí para a Grécia continental e também para a Ásia Menor. Cerca de 1.800 a.C., Cnossos e Faístos, na ilha de Creta, atingiram o seu apogeu. O palácio de Cnossos foi destruído entre cem e duzentos anos mais tarde. Formou-se uma nova dinastia, à qual se deve diversas transformações, inclusive o tipo de escrita. Os cretenses experimentaram outro período de apogeu, cerca de cinqüentas anos mais tarde, quando atingiram a Ásia menor, reconstruindo Tróia, e a Grécia continental, construindo aí Tirinto e Micenas. Os chamados "povos do mar" surgiram pelos fins do século XV a.C., e por certo foram os predecessores dos povos gregos. Eram os aqueus, povos de origem indo-européia. Da miscigenação de cretenses e aqueus originou-se a civilização Miceniana.
    Duzentos anos mais tarde, os dórios, os jônicos e os eólios, outros povos helênicos, transferiram-se para Grécia. Os invasores venceram os aqueus, e substituíram as cidades pelas suas. Tais cidades viram transformar-se nas grandes representantes da Grécia Antiga: Atenas, Tebas, Esparta e outras.


    Os Poemas de Homero

    Os poemas homéricos, Ilíada e Odisséia, narram esses tempos de lutas e de lendas. O primeiro narra a guerra entre gregos e troianos, com a vitória dos primeiros. A Odisséia, conta as aventuras de Ulisses (Odisseu), rei de Ítaca. Por isso, esse período é chamado de Tempos Homéricos.


    As Cidades Gregas

    As cidades gregas são encontradas nos tempos históricos mais remotos. Muitas dessas cidades apresentavam uma organização perfeita. Tomamos conhecimento dos genos, minúsculas comunidades naturais em que os gregos anteriormente viviam, apenas através das lendas e dos poemas homéricos. O genos era constituído por todos os que prestavam culto a antepassados comuns que tinham o mesmo sangue. Com o tempo, esses genos foram se agrupando, a fim de obterem melhores condições de vida, e deram origem a cidades.
    Os gregos, porém, fundaram muitas cidades, cada qual mantendo sua independência. Possuíam também seus próprios reis, hábitos e regulamentos. Apesar disso, os gregos sentiam que formavam um só povo, o que desenvolveu na Grécia o sentimento pátrio.


    As Colônias Gregas

    As colônias foram o meio utilizado pelos gregos para disseminarem a sua religião e seus hábitos por toda a extensão do Mediterrâneo. A fundação de colônias gregas não era devida à iniciativa do Estado. Um grupo de elementos, obedecendo à chefia de um, encarregado de levar o fogo sagrado, saía da mesma cidade à procura de um local onde pudesse se estabelecer e construir cidades independentes, ligadas apenas pela religião à cidade de origem. Essa modalidade de colônia é denominada apoequia.
    No século X a.C., os atenienses criaram um novo tipo de colônia, a olerúquia. Era obra do Estado, e os emigrantes conservavam os seus direitos de cidadania.
    Algumas colônias gregas: vilas na Sicília, sul da Itália, Turquia, terras no mar Negro, Índia, Portugal e Sudão.


    A Evolução Grega

    Em algumas cidades, a agricultura foi substituída por outras atividades econômicas, que atraíram elementos estrangeiros e provocaram o aumento do números de escravos. As classes que não participavam da política aumentaram, numericamente, enquanto se agrupavam na cidade propriamente dita. Com isso, tomaram consciência da força que possuíam que até então haviam ignorado por causa de sua vida dispersa na lavoura.
    O aparecimento da moeda foi outro fator da revolução da econômica. Riquezas móveis se constituíram e, houve descontentamento entre as classes sociais inferiores. As lutas políticas sucediam-se. Como solução, promulgaram-se leis para regulamentarem as relações de classes.
    Os excessos de luxos constituíram uma das preocupações de quase todos os legisladores. Conhecem-se leis de Pítacos, Sólon e Zaleucos relativas ao uso de jóias femininas e cortejos fúnebres.
    Com a crise, o regime aristocrático propiciou o surgimento da tirania, representada pelo menos por duzentos tiranos distribuídos ao longo da história grega.
    Os tiranos gregos tinham como principal intuito serem aceitos pelo mundo como protetores da justiça e da religião, e procuravam rodear-se de literatos e de artistas, que os transformavam em elementos benfeitores, conseguindo-lhes com isso simpatia e prestígio.

      Espartanos e Atenienses

    Os atenienses constituíram a democracia padrão na Grécia clássica.
    Os espartanos, como mantinham condições de vida semelhantes a de um exército recluso, sofreram poucas modificações políticas, permanecendo sempre com as características de um Estado aristocrático.
    Tanto Esparta como Atenas mantiveram constantes lutas pela hegemonia grega.
    Atenas teve o seu apogeu no transcorre da época de Péricles (463-529 a.C.). Péricles foi o principal representante do partido democrático, que subiu ao poder em 463 a.C.. Teve como principal objetivo de sua política a melhoria das condições de vida da população, transformando e melhorando também as características da política externa.
    Quanto à cultura, procurou atrair os intelectuais de todas as localidades da Grécia, favorecendo-os e instalando-os em Atenas. Sua época foi marcada por nomes de grandes personalidades:

      Fídias, arquiteto e escultor;
      Sófocles, autor de tragédias;
      Heródoto, o grande historiador;
      Ésquilo, autor de tragédias;
      Sócrates, o pai da filosofia;
      Eurípedes, autor de tragédias;
      Aristófanes, comediógrafo.

    No fim do governo de Péricles, eclodiu a luta entre Esparta e Atenas, que seria uma das mais longas e violentas guerras do mundo antigo, e que passou para a História como a guerra do Peloponeso.
    Os constantes desentendimentos bélicos entre as cidades gregas somente conseguiram abalar a unidade do país, propiciando a Filipe II que concretizasse a sua conquista.
    Após haver conseguido impor-se aos gregos, muitos acreditam que o rei macedônio estivesse cuidando dos preparativos para submeter os persas, o que não conseguiu levar a contento, pois foi assassinado por Pausânias, em 336 a.C., deixando seu trono para seu filho, Alexandre.
    As Conquistas de Alexandre

    Contava, então, Alexandre, 20 anos, e era considerado um homem culto e admirador do helenismo, acreditando-se que tenha sido discípulo de Aristóteles. Tratou de consolidar, na Grécia, a obra de Filipe. Invadiu Tebas, e a destruiu. Venceu Atenas. Depois da vitória de Granico, submeteu a Ásia Menor, além de outras vitórias. Morreu em 323 a.C.
    Depois de sua morte, desentendimentos e lutas enter os generais provocaram a divisão do Império em 3 grandes reinos:

      o do Egito;
      o da Síria;
      o da Macedônia.

    Tempos depois, reinos menores originaram-se desses 3 grandes reinos:

      Epiro;
      Ponto;
      Bitínia;
      Galátia;
      Pérgamo;
      Capadócia;
      Pártia;
      Bactriana.

    Esses pequenos reinos constituíam os "estados helenísticos".



    Período Helenístico

    Também na religião o regime se impôs. Foi estabelecido o culto dos reis, transformando o rei quase em um deus.
    A escultura helenística orientava-se no sentido de causar efeito, e se caracterizava pelas grandes proporções. Os principais centros esculturais foram Pérgamo e Rodes. O Colosso de Rodes era uma das setes maravilhas do mundo antigo. Na pintura, sobressaiu-se Apeles. Na poesia, notabilizaram-se Teócrito e Menadro. O historiador mais célebre foi Políbio. Na filosofia, aparecem Zénon, Pirro, Diógenes e Epicuro. Também viveram nessa época:

      Euclides, o pai da geometria;
      Arquimedes, o pai da física.


    A Conquista Romana

    Até então, Roma não demostrara pretensões sobre as terras de além-Adriático. Mas o perigo representado pelos ilírios fez com que essa situação se transformasse. Os piratas ilírios, tornando-se muito fortes, passaram a representar sério perigos aos romanos, e estes resolveram guerreá-los. Roma libertou várias cidades gregas, que deviam ficar sob seu protetorado. Filipe X, da Macedônia, concedeu asilo a Demétrios. Como Demétrios era inimigo de Roma, este invadiu a Macedônia e, mais tarde, a Grécia.

    Resumo da História Grega

      3000-1100 a. C. = Ascensão e queda da civilização minoana na ilha de Creta e da civilização micênica no continente grego.
      776 a. C. = A primeira Olimpíada foi realizada.
      700 a. C. = Homero compôs a Ilíada e a Odisséia.
      490 a. C. = Os gregos rechaçaram a primeira invasão persa na Batalha de Maratona.
      480 a. C.= Os atenienses derrotaram a frota persa em Salamina.
      461-431 a. C. = Durante a Idade de Ouro de Atenas os gregos desenvolveram suas maiores artes.
      431-404 a. C. = Esparta derrotou Atenas na Guerra do Peloponeso.
      371 a. C. = Tebas derrotou Esparta na Batalha de Leuctra.
      362 a. C. = Tebas caiu após a Batalha da Mantinéia.
      338 a. C. = Filipe II venceu os gregos e anexou a Grécia ao império Macedônio.
      334-328 a. C. = Alexandre, o Grande, conquistou o império persa com um exército de gregos e macedônios.
      323 a. C. = Alexandre, o Grande, morreu e teve início a era Helenística.
      197 a. C. = Os romanos conquistaram a Macedônia e a Grécia pela primeira vez.
      146 a. C. = A Grécia tornou-se província romana.


    O País Atual em Resumo

      Capital: Atenas
      Língua Oficial: grego moderno (romaico)
      Nome Oficial: Elliniki Dimokratia (República Helênica)
      Área: 131.944 km2
      Relevo: Ponto culminante = Olimpo, 2.917m acima do nível do mar. Ponto mais baixo = nível do mar dos litorais.
      População: Estimativa de 1986 = 10.079.000 habitantes : distribuição: 66% urbana, 34% rural: densidade: 76hab./km2 . Estimativa de 1991 = 10.541.000 hab.
      Principais produtos: Agropecuária = algodão, azeitona, cabras, fumo, hortaliças, limão, ovelhas, trigo e uva. Indústria = alimentos e bebidas processadas = cigarros, têxteis, vestuário. Mineração = bauxita, linhita e cromita.
      Hino Nacional: "Imnos pros tin Eleftherian" ( "O Hino à Liberdade").
      Moeda: Unidade básica = dracma. Cem lepta eqüivalem a um dracma.






    ANDREIA  CAETANO PIUMHI/MG