sexta-feira, 16 de outubro de 2009

Miomas – conheça mais deste tumor

 MIOMAS UTERINOS
Introduçăo
Acometem aproximadamente um quarto das mulheres em idade fértil, e acredita-se que até 50% das mulheres possam apresentar essa doença em alguma época de suas vidas. Pode ocorrer a partir da puberdade, mas a idade de maior incidęncia é a quarta década de vida. As estatísticas mostram que os miomas săo mais comuns em mulheres negras, naquelas que ainda năo engravidaram e em mulheres que apresentam condiçőes associadas a altos níveis de estrogęnio no sangue.Como o mioma se desenvolve?
A causa é desconhecida, mas sabe-se que os miomas originam-se de uma única célula, que começa a se multiplicar desordenadamente, e origina o tumor. Por isso, acredita-se que exista alguma base genética para o seu desenvolvimento e pode ser devido a isso que ele seja mais comum nas mulheres negras e que apresente uma tendęncia a acometer mulheres da mesma família.
O crescimento desses tumores ocorre por açăo do estrogęnio, um hormônio feminino de extrema importância, e isso pode explicar o seu desenvolvimento durante a fase reprodutiva da vida da mulher, a sua inexistęncia antes da puberdade e a reduçăo de tamanho após a menopausa (quando os níveis de estrogęnio diminuem). Qualquer coisa que leve a um aumento dos níveis de estrogęnio pode fazer com que o mioma tenha um crescimento maior e mais rápido. Quais săo os sintomas?
Mais da metade das mulheres com miomas năo apresenta nenhum sintoma, e năo existem sinais ou sintomas específicos dessa doença. Assim, na maioria das vezes eles săo descobertos em exames de rotina, como uma casualidade. Algumas vezes, o diagnóstico pode ser suspeitado devido ao aumento do tamanho do abdome, que pode levar a mulher a pensar que apenas engordou um pouco ou até que está grávida.
A manifestaçăo mais freqüente é a alteraçăo menstrual, com aumento dos dias de menstruaçăo e da quantidade de sangramento. A cada menstruaçăo, o fluxo vai ficando maior, aumentando o número de absorventes utilizados. Podem ocorrer também sangramentos fora do período menstrual, ŕs vezes com coágulos. Essas alteraçőes podem levar ŕ anemia.
Esse aumento do período menstrual pode acompanhar-se de dor, que decorre de um maior acúmulo de sangue no útero, provocando distensăo dolorosa e maior contraçăo da musculatura para eliminar esse conteúdo.
Ŕ medida que o útero cresce, começa a comprimir estruturas e órgăos próximos, podendo ocasionar dor, inclusivo durante as relaçőes sexuais. Pode ocorrer compressăo da artéria que nutre o mioma, o que faz com que ele sofra degeneraçăo e suas células morram, o que se acompanha de dor. A compressăo da bexiga leva ŕ reduçăo da capacidade de armazenar urina, levando a paciente a urinar com maior freqüęncia. Outro sintoma decorrente de compressăo é a constipaçăo intestinal (prisăo de ventre), já que o útero pode comprimir o reto, dificultando a passagem das fezes.
A dificuldade para engravidar é freqüente em pacientes com miomas uterinos, já que esse tumor pode levar a alteraçőes (deformidades) do órgăo que dificultam a implantaçăo do ovo. Porém, isso năo ocorre em todas as pacientes.Como é feito o diagnóstico?
O diagnóstico é suspeitado inicialmente pela história da paciente e pelo exame físico realizado pelo ginecologista. Durante o exame, pode ser palpada uma massa de localizaçăo sugestiva de ser uterina. O principal exame utilizado é o ultra-som, que pode demonstrar a presença do mioma e também a sua localizaçăo.
Ele pode ser classificado em:
• Subseroso: localiza-se na porçăo mais externa da parede do útero, relacionado mais raramente a sintomas de sangramento. O principal sinal é o aumento do abdome.
• Intramurais: estăo localizados na porçăo média da parede do útero, e săo os mais comuns.
• Submucosos: săo os que se localizam mais próximos da cavidade uterina, sendo os mais sintomáticos. Quase sempre causam sangramento. Eventualmente, ele pode sair pelo orifício do colo uterino, caracterizando o chamado "mioma parido".
Outro exame utilizado é a histeroscopia, no qual é inserida uma sonda no útero, contendo uma espécie de câmera que permite a visualizaçăo da cavidade uterina. Ajuda muito no diagnóstico dos miomas submucosos. Exames raramente utilizados săo: radiografia simples da pelve, tomografia computadorizada, ressonância magnética.Mioma e gravidez
A associaçăo entre mioma e gravidez ocorre em aproximadamente 0,13% a 7%. Nessa situaçăo, o mioma pode determinar gravidez ectópica (quando o ovo implanta em outro local que năo a cavidade uterina), abortamento, parto prematuro, sangramento e dificuldades durante o parto. Além disso, eles podem aumentar significativamente de tamanho durante a gestaçăo, devido aos altos níveis hormonais. Cada caso deve ser analisado individualmente, para determinaçăo da necessidade de tratamento.Como é feito o tratamento?
Nem toda paciente deve ser tratada, já que se trata de uma doença benigna e que na grande maioria dos casos năo causa sintomas. O conceito principal é de que o mioma deve ser tratado quando causa sintomas significativos. Nos casos assintomáticos, a paciente deve ser acompanhada regularmente.
Existem basicamente tręs tipos de tratamento:
1) Medicamentoso
Esse é, geralmente, o primeiro passo no tratamento dos miomas. Os objetivos săo controlar o sangramento, inibir o crescimento dos miomas ou reduzir o seu tamanho (especialmente antes da cirurgia). Muitas vezes, o uso de antiinflamatórios já é suficiente para controlar os sintomas, năo sendo necessário nenhum outro tipo de terapia.
Os medicamentos mais indicados, quando se deseja a reduçăo do tamanho dos miomas, săo os chamados análogos do GnRH. Eles criam uma falsa menopausa, reduzindo a liberaçăo de estrogęnio pelos ovários. Săo úteis também para controle do sangramento. O problema é que, após a interrupçăo do uso do medicamento, os miomas voltam a crescer. Isso é importante, pois essas drogas podem ser usadas por no máximo 6 meses. Os efeitos colaterais săo: ondas de calor, insônia, secura vaginal, diminuiçăo da libido, perda temporária de memória, aumento do risco de osteoporose.
2) Cirúrgico
Indicado nos casos sintomáticos, nos miomas muito grandes, na presença de sinais de degeneraçăo (alteraçőes do tecido do mioma), e nos casos em que o mioma é causador de infertilidade. As modalidades săo:
• Miomectomia: retira-se apenas o mioma, preservando-se o útero. Indicada nos casos em que a mulher queira preservar a capacidade de reproduçăo ou de menstruar. Porém, pode năo ser conseguido em alguns casos. A recorręncia ocorre em um terço dos casos. Uma das complicaçőes é a formaçăo de aderęncias.
• Histerectomia: consiste na retirada do útero. É o tratamento de escolha em mulheres que năo querem mais engravidar.
3) Embolizaçăo
É realizada com a colocaçăo de um cateter dentro da artéria uterina que nutre o mioma, seguida da injeçăo de agentes que levam ŕ formaçăo de ęmbolos no interior da artéria, com interrupçăo do fluxo de sangue. Está indicada quando a paciente quer manter o útero ou quando existem contra-indicaçőes ŕ histerectomia. As complicaçőes associadas a esse método săo: isquemia grave do útero (como se fosse um infarto, parecido com o do coraçăo), ocorręncia de infecçăo e parada das menstruaçőes.
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